A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

LAB de Inovação Artesanal

Grande novidade do Projeto Rede – Ano V, o Laboratório de Inovação Artesanal oferece consultoria em desenvolvimento de produtos para cinco Associações membros da Rede selecionadas via edital.

O artesanato tradicional está em constante atualização. Como todos os profissionais criativos, os artesãos se reinventam e recriam todos os dias suas tradições, em contato com as referências contemporâneas, o mercado e as suas inspirações que se renovam constantemente. Para estimular e qualificar esse movimento de inovação na produção artesanal, o Projeto Rede Artesol em seu quinto ano traz como grande novidade o Laboratório de Inovação Artesanal. Cinco grupos de artesãos de diferentes partes do país foram selecionados para o desenvolvimento de coleções com produtos inéditos a partir do trabalho conjunto com designers do projeto. Além de proporcionar o repasse de ferramentas metodológicas para que os artesãos criem novas coleções de forma autônoma, o Laboratório de Inovação Artesanal tem também o objetivo de ampliar os negócios por meio da diversificação qualificada dos produtos

Por meio do Laboratório de Inovação Artesanal, o Projeto Rede Ano V abriu edital para o processo de seleção entre os coletivos de artesãos membros da Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro. Cada grupo terá a oportunidade de desenvolver, juntamente com um designer, uma coleção de 5 produtos incríveis, que serão apresentados em um catálogo digital. Além disso, haverá uma rodada de negócios com lojistas membros da Rede. Os designers visitarão as comunidades e fornecerão orientação online durante o processo.

E isso tudo já está acontecendo! Conheça os grupos contemplados e os designers que já estão em campo construindo esse Laboratório. Juntos, estamos impulsionando a inovação e valorizando o talento artesanal brasileiro. Prepare-se para se encantar com essa conexão única entre design e tradição! 

Associações:

Grupo Araucária 

São Francisco de Paula – RS

Desde 2008, a produção artesanal desse grupo de cerca de 20 mulheres é impulsionada pela criação de ovelhas e pela tradição da tecelagem na região. Eles utilizam lã e araucária, encontrada em abundância nas florestas locais, como matéria-prima e fonte de inspiração. Além da tecelagem, trabalham com feltragem, bordado, tricô e couro, produzindo uma variedade de itens, como almofadas, mantas, cachecóis, bijuterias, quadros, chaveiros, bolsas, carteiras e panos de prato.

Turiarte

Santarém – PA

O trançado de palha da Turiarte é uma técnica tradicional passada de geração em geração nas comunidades ribeirinhas do Pará. Com cores vibrantes e desenhos geométricos, artesãos utilizam a fibra do tucumã para criar cestos, bolsas e mandalas. As fibras são tingidas com pigmentos naturais provenientes de plantas amazônicas. Cerca de 50 mulheres de seis comunidades fazem parte da cooperativa Turiarte, impulsionando a geração de renda (que também conta com atividades turísticas de base comunitária) e resgatando saberes tradicionais. Essa arte única é uma expressão cultural fascinante da Amazônia.

Associação Comunitária das Mulheres Artesãs de Itaiçaba

Itaiçaba – CE

A técnica ancestral de trançado em fibras naturais é um patrimônio cultural brasileiro. Em Itaiçaba, Ceará, a carnaúba é a matéria-prima utilizada. As folhas são coletadas, tingidas e trançadas para criar peças artesanais. A Associação das Artesãs de Itaiçaba, formada por 20 artesãs, fortalece o trabalho das mulheres, expandindo conhecimentos e conquistando novos mercados. Itaiçaba, localizada no vale do rio Jaguaribe, é conhecida por suas inúmeras carnaubeiras, que sustentam famílias por meio do artesanato e beneficiamento da cera.

Rendeiras de Bilro da Vila de Ponta Negra

Vila Ponta Negra – Natal – RN

O grupo Rendeiras de Bilro de Ponta Negra preserva a ancestral técnica da renda de bilros, uma herança portuguesa. Com habilidade e dedicação, produzem peças únicas como blusas, saias e bolsas. Sob a orientação da mestra Maria de Lourdes de Lima, conhecida como Vó Maria, o grupo mantém viva essa tradição. O Memorial do Bilro, que coabita o mesmo espaço da Tapiocaria da Vó Maria (de dia é Ponto de Memória e Associação Rendeiras da Vila e de noite, Tapiocaria da Vó- que não é de Vó Maria, só leva o nome), é um ponto de referência para os admiradores da renda. Com a Zoada dos Bilros, promovem a história e prática da renda, encantando os visitantes. Vila de Ponta Negra é um lugar especial para explorar a cultura das rendeiras.

Cooperativa Bordana

Goiânia – GO

O projeto Bordana, do Instituto Ana Carol em Goiânia, resgata o bordado tradicional conhecido como “ponto livre”. Inspiradas pelo Cerrado, as artesãs criam peças exclusivas em tecido de alta qualidade. A coleção “Arranjo produtivo, um sonho bordado à mão” foi desenvolvida com o designer Renato Imbroisi. O projeto busca gerar renda para mulheres em dificuldade, seguindo os princípios do Comércio Justo. As peças são vendidas em feiras de artesanato e as artesãs oferecem cursos de bordado.

Designers:

Érico Gondim

É designer de produtos e artista visual brasileiro apaixonado por experimentação. Ele busca constantemente utilizar materiais, processos e estruturas incomuns para oferecer soluções inovadoras para o design e as artes visuais. Seus objetos autorais são conhecidos por explorar texturas, estruturas táteis e interativas. No Ceará, tem trabalhado em projetos e consultorias de design social em parceria com o SEBRAE, colaborando com comunidades artesanais de diversas tipologias. Atua em parcerias com estúdios, empresas e profissionais interessados em inovação, com foco no uso de novos materiais, instalações e exposições que valorizam a tangibilidade e a sustentabilidade do artesanato brasileiro.

Luly Vianna

É designer, artista e pesquisadora que busca criar conexões contemporâneas entre materiais reutilizados e manualidades ancestrais ameaçadas. É mentora da marca social Teçume, criada pela ONG Casa do Rio para as mulheres da Amazônia e conselheira do Instituto Free Free.

Pesquisadora e curadora de marcas e de artesanato brasileiro, tem experiência em trabalho de campo e de coordenar e inserir artesãos no mercado profissional artesanal. Desenvolve e assina projetos para marcas com propósito. É uma entusiasta das relações humanas mais amorosamente profundas.

Maria Fernanda Paes de Barros

É administradora de empresas e designer de interiores que, após mais de 20 anos trabalhando na área, migrou para o design de mobiliário em 2014. Criadora da Yankatu – design com alma, ela se dedica a projetos de design com impacto social em parceria com artesãos brasileiros. Em 2020, seu encontro com o mundo da arte despertou uma busca pela valorização dos artesãos e tradições culturais brasileiras. Seu trabalho é baseado em relações de confiança e admiração mútuas, visando despertar incômodo e estimular a ação do espectador. Sua produção transcende os materiais, explorando diversas formas e transmitindo mensagens poéticas e poderosas.

Lucyana Azevedo

Designer de Moda e Especialista em Gestão do Design, pela UEL, e mestre em Design, Cultura e Tecnologia pela UFPE. Atua como professora na área de design de moda em Instituições de Ensino Superior e Pós-Graduação, a nível nacional. Designer de produtos de moda na empresa Morada e consultora para grupos de artesanato, na empresa Lu.Az. Trabalha com grupos de artesanato desde 2007 e já desenvolveu diversas coleções focadas em Moda, Sustentabilidade, Tingimentos Naturais e técnicas têxteis manuais.

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