A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

AMM – Associação de Mucaúba de Muquém


O artesanato sempre esteve presente na vida das mulheres, que aprendem a técnica de trançado ainda na infância. O saber ancestral tornou-se fonte de renda para muitas da comunidade com a fundação da Associação, em 2012.

Mostrar contatos

AbrirFechar

Os contatos devem ser feitos preferencialmente via Whatsapp.

Telefone (88) 98119-7591
Contato Francisca
Muquém de São Pedro , CEP 62184-000, Carire – CE

A Artesol não intermedeia relações estabelecidas por meio desta plataforma, sendo de exclusiva responsabilidade dos envolvidos o atendimento da legislação aplicável à defesa do consumidor.

Sobre as criações

Há muitas gerações que as mulheres da comunidade de Muquém de São Pedro criam com a palha da carnaúba, espécie de palmeira abundante da região, da qual tudo se aproveita – tronco, caule, fruto e folhas.

A matéria prima utilizada é retirada do olho da carnaúba, parte central da folhagem, com uma taboca de 9 metros de altura, esse corte acontece de julho a dezembro e a palha pode ser armazenada por até 1 ano. Sem o talo, as folhas são postas ao sol para secar por quatro dias e envoltas em pano úmido para manterem-se maleáveis. A fibra pode ser tingida com anilina das mais diversas cores, depois disso é riscada, ou seja, cortada e preparada para o trançado. 

A combinação do número variado de tiras cria diferentes texturas na confecção de cestos, bolsas e chapéus. Um diferencial da produção da Mucaúba, além dos trançados vazados, são as belas bolsas e carteiras com acabamento em couro.

Sobre quem cria

Foto de divulgação Artesol

O artesanato sempre esteve presente na vida das mulheres que aprendem a técnica de trançado ainda na infância, na convivência cotidiana com a produção. O saber ancestral tornou-se fonte de renda para muitas da comunidade e desde 2012 passaram a ter mais segurança e acesso a oportunidades com a fundação da Associação. 

O nome Mucaúba é uma aglutinação das palavras Muquém e Carnaúba, relatando o principal foco da associação, que é o artesanato com a palha da palmeira. Com incentivo do Sebrae e do Ceart, tiveram um acompanhamento de 3 anos a partir de 2012 para estruturação e formalização do grupo. Além disso, promovem outras ações para a valorização da arte e cultura local. 

Nesse tempo trabalhavam em locais improvisados, nas casas ou escola municipal, porém, em 2017 firmaram uma parceria com a empresa Diageo no Programa Ypióca de Artesanato que lhes garantiu a construção da sede. A conhecida marca de aguardente tem muita relevância local, pois há muito tempo as artesãs trançam as icônicas garrafas comercializadas em todo território nacional. 

Valorizando essa relação e reconhecendo o potencial de expandir o acesso a outros mercados, independentes da marca, é que multinacional detentora da Ypióca decidiu investir e fomentar o desenvolvimento do artesanato. Dessa forma buscam coletivamente criar maior autonomia através da geração de renda e valorização cultural.

Hoje o grupo conta com 25 associadas que trabalham na sede da associação, que abriga além do maquinário utilizado nas costuras e acabamentos, um depósito de matérias, salas de reunião e produção e a loja. 

Sobre o território

Foto de divulgação Artesol

O nome Cariré em tupi guarani significa peixe cascudo, esquisito, e é registro dos primeiros habitantes das margens do rio Aracaú, indígenas de várias etnias como os Tupinambá e Areriú. 

A localidade ganhou status de município a partir da implementação da Estrada de Ferro Sobral-Camocim no final do século XIX, o que propiciou uma maior circulação e formação dos centros. Muquém de São Pedro é um distrito de Cariré onde vivem cerca de 40 famílias, pouco mais de 200 habitantes. 

“Nossa história é bonita e estamos lutando pra deixar ela ainda mais bonita” conta Francisca, uma das artesãs associadas da Macaúba. É através do trabalho e da valorização cultural das raízes da comunidade que elas escrevem essa história.

Membros relacionados