ARCA – Associação dos Artesãos de Santa Cruz de Chapada do Norte
Com as técnicas do trançado em couro, da marcenaria e cestaria, saberes fazeres de mais de 200 anos que acompanham a história dos tropeiros no Brasil, os artesãos da Arca produzem móveis e instrumentos musicais.
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Sobre as criações
No alto dos altos
RAQUEL LARA REZENDE
Entre morros e sinos,
a cidade quilombo
de sangue e sorriso
de reza e batuque
é negra.
Como a força que emana
dos passos que desenham novos caminhos,
em honra àqueles outrora silenciados.
Com as técnicas do trançado em couro, da marcenaria e cestaria, saberes fazeres de mais de 200 anos que acompanham a história dos tropeiros no Brasil, os artesãos da Arca produzem móveis como bancos, cadeiras, mesas, namoradeiras, cestos e bolsas, além de instrumentos musicais, como tambores, caixas de folia e pandeiros, típicos do Congado, manifestação cultural de origem afro-brasileira.
Sobre quem cria
A maior parte dos artesãos vivem na zona rural de Chapada do Norte e têm como atividades principais o trabalho com a terra, além do artesanato. O conhecimento da manipulação do couro e a técnica de trançado com suas tiras, está presente na região desde o ciclo do gado que começou seu declínio no século XX. O artesanato, no entanto, passou a ser produzido com fins comerciais apenas a partir de 2002, com a fundação da Arca.
A história da Associação é marcada pela chegada do italiano Paolo Tofoletti que reuniu um grupo de moradores de diferentes comunidades de Chapada do Norte para desenvolver técnicas artesanais. Uma década depois, a Arca foi criada e logo passou a ser importante polo de produção artesanal.
Com a ajuda de alguns parceiros, como o Sebrae, o grupo teve acesso a capacitações que auxiliaram o processo de comercialização dos produtos. Hoje, o principal desafio enfrentado pelo grupo diz respeito à logística de distribuição, uma vez que o acesso à cidade ainda é precário, sendo possível apenas por estrada de terra.
Sobre o território
Chapada do Norte se encontra no Alto do Vale do Jequitinhonha, nordeste de Minas Gerais. A história da cidade começa no início do século XVIII com a chegada dos bandeirantes paulistas que se instalaram para a exploração de ouro à margem do rio Capivari. Por volta de 1743, a região sofreu com a escassez de alimentos que atingiu principalmente os negros escravizados. Em luta por suas vidas, muitos conseguiram fugir, formando Quilombos. Entretanto, ainda tiveram que enfrentar muitos confrontos com com os capitães do mato, contratados para capturarem os escravizados fugidos.
Aqueles que conseguiram se estabelecer fundaram o povoado de Santa Cruz da Chapada, incialmente subordinada à capitania da Bahia e só mais tarde integrada ao território de Minas Gerais. O povoado cresceu rapidamente e hoje possui uma população de mais de 90% negra, com muitas comunidades quilombolas.
Uma das características marcantes da região é a presença das manifestações culturais populares, entre elas o congado, dançado pela Irmandade de Nossa Senhora dos Homens Pretos. A Irmandade realiza todos os anos a festa de Nossa Senhora do Rosário, considerada pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep) Patrimônio Cultura Imaterial de Minas Gerais.