Associação das Rendeiras Bilro de Ouro
A Associação das Rendeiras de Raposa foi fundada em 1988, sendo a primeira iniciativa de organização das mulheres do município para a produção de renda. As rendeiras fazem vestidos, blusas, toalhas de mesa e aplicações que podem ser costuradas em tecidos, além de brincos, colares e pulseiras.
Mostrar contatos
AbrirFechar
Os contatos devem ser feitos preferencialmente via Whatsapp.
Sobre as criações
As mãos se movem com tanta rapidez que os olhos mal conseguem acompanhar os movimentos dos bilros, hastes de macaúba, palmeira própria de florestas tropicais, em formato de cilindro, que sustentam as linhas que são rendadas. A quantidade de bilros varia de acordo com o modelo da renda, podendo chegar a mais de trezentos. No entanto, apenas quatro são manipulados ao mesmo tempo. As rendeiras se sentam diante de uma almofada, onde é fixado um papelão onde são fincados os espinhos de mandacaru, cacto nativo do Brasil, que guiam a tessitura complexa do vai e vem dos bilros. As rendeiras fazem vestidos, blusas, toalhas de mesa e aplicações que podem ser costuradas em tecidos, além de brincos, colares e pulseiras.
Sobre quem cria
A Associação das Rendeiras de Raposa foi fundada em 1988, sendo a primeira iniciativa de organização das mulheres do município para a produção de renda. Com cerca de 45 artesãs cadastradas, as rendeiras se dividem na organização da cadeia produtiva das peças de vestuário, distribuição e comercialização dos produtos. Além disso, se preocupam com a difusão e o ensino da tradição de fazer renda às jovens da comunidade.
A sede da Associação foi cedida pela Prefeitura e se encontra na região central da cidade em um trecho de passagem obrigatória para os turistas e visitantes, por ser a única avenida que leva à praia e ao cais. A partir da organização em Associação e podendo contar com um local de trabalho, as rendeiras possuem melhores condições de venda e de produção, já que agora conseguem receber encomendas em maior quantidade.
Sobre o território
Raposa é um município que compõe a região metropolitana de São Luís, no Norte Maranhense. Trata-se de uma vila de pescadores que nasceu com a migração de famílias de pescadores vindas principalmente do Ceará, na década de 1950. As principais atividades de subsistência dessas famílias eram, e continuam sendo, a pesca artesanal e a produção de rendas, saberes que seguem sendo passados para as gerações mais novas.
A vila viveu por algum tempo em isolamento, pela dificuldade de acesso, tornando-se o que alguns pesquisadores chamam de “ilha linguística”. O modo de falar dos moradores apresenta várias palavras e expressões que não podem ser encontradas nos dicionários brasileiros. Esse vocabulário deixa clara a estreita relação entre a língua e a cultura da pesca. Com a construção do primeiro acesso rodoviário em 1964 e seu asfaltamento em 1977, essa situação foi se alterando e hoje Raposa começa a entrar nos circuitos turísticos da região.
A cidade é cercada por praias, dunas, lagoas e manguezais que coroam o local com uma beleza única. Também é conhecida pelo sabor dos peixes, sempre frescos, e pela forte presença das rendeiras que são vistas a qualquer hora do dia, sentadas em frente às suas lojinhas de palafita, no Corredor das Rendeiras, com suas almofadas, brincando de rendar o dia. As casas de palafita são casas de madeiras construídas sobre troncos de madeira, para que haja distância entre o chão da casa e o solo. Esse sistema de construção, usado em regiões alagadiças, é uma característica marcante da paisagem urbanística da cidade.