A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

Brigada da Madeira


Os cinco irmãos do grupo familiar esculpem a madeira de maneira primorosa, unindo as mais de vinte variedades trabalhadas, combinando cores e texturas em formas geométricas aplicadas em peças de uso cotidiano como caixas, potes, entre outros objetos decorativos.

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Sobre as criações

Com o inverno amazônico, que tem duração de aproximadamente 6 meses, de dezembro a junho, vem as temporadas das grandes chuvas. Nesse período de temporais é comum que muitas árvores caiam na floresta e ao longo do tempo muitos artesãos desenvolveram suas habilidades para trabalhar as nobres madeiras. A marchetaria de blocos é uma das técnicas trabalhadas e foi a escolhida pelo grupo familiar Brigada da Madeira. 

Os cinco irmãos esculpem a madeira de maneira primorosa, unindo as mais de vinte variedades trabalhadas, combinando cores e texturas em formas geométricas aplicadas em peças de uso cotidiano como caixas, potes, entre outros objetos decorativos. 

A dureza e a densidade da madeira indicam que tipos de peça podem ser esculpidas. Por exemplo, as madeiras mais duras permitem um entalhe mais fino e preciso, em relação às mais macias. Assim, cada galho ou tronco colhidos na mata, ou de refugos de serrarias possui uma forma que ganha vida nas mãos dos artesãos.

Brigada da Madeira / Crédito das fotos: Divulgação

Sobre quem cria

Os irmãos Cordeiro, Zé Maria, Luís Felipe e Marivaldo trabalham juntos há pelo menos duas décadas em refinadas composições de madeira e decidiram assim fundar a Brigada da Madeira, que hoje conta com André Cabral integrando o time de artesãos. Cada um com sua especialidade, são responsáveis pela produção de peças utilitárias e decorativas que saem do ateliê em Belém. 

Cordeiro foi o primeiro dos irmãos a mudar-se para Guiana Francesa em busca de trabalho, após alguns anos teve companhia de Zé Maria e lá aprenderam, com mestres maçons, a arte de esculpir madeiras produzindo mobiliário. Após alguns anos vivendo no departamento ultramarino francês na América do Sul, Zé Maria decidiu retornar a Belém e seguir sua produção em território Brasileiro. De volta, envolveu os outros dois irmãos, até então sapateiros, também na arte da marchetaria. Enquanto isso, Cordeiro continuou na Guiana Francesa, vendendo parte da produção dos irmãos e trabalhando no ateliê local. 

Anos mais tarde, Cordeiro também retornou e em Belém aprimoraram a produção, adaptando para a realidade local os conhecimentos adquiridos ao longo de décadas de experiência. Aqui, ao invés de mobiliário, os irmãos optaram por criar peças menores aproveitando todo e qualquer pedaço de madeira, que são unidos e esculpidos em blocos. 

Algumas das características da técnica conservam-se, como as composições geométricas, o refinado acabamento e o conhecimento profundo da qualidade das madeiras aplicadas às peças. 

Em sua oficina já ensinaram a arte em madeira a centenas de jovens. Cordeiro relata que essa é uma forma de repassar o conhecimento que obtiveram, possibilitando que outras pessoas também desenvolvam suas habilidades no ofício, gerando emprego e renda na região. 

Brigada da Madeira / Crédito das fotos: Divulgação

Sobre o território

O ateliê da Brigada da Madeira localiza-se em Belém, capital do estado, com mais de 400 anos de história. 

A relação com os rios e com a Floresta Amazônica sempre foi central para a população, desde muito antes da colonização européia.  Tal fato é observado nas tecnologias desenvolvidas pelos povos indígenas, aplicadas no manejo florestal. 

A produção do artesanato está inserida neste contexto, uma vez que utiliza madeiras de árvores caídas no período das chuvas e coletadas em ilhas vizinhas a Belém. Para os artesãos da Brigada da Madeira, o respeito à floresta, bem como a estreita relação com comunidades ribeirinhas, vêm garantindo o acesso à matéria prima de maneira sustentável, gerando trabalho e renda na região. 

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