Mostrar contatos
AbrirFechar
Os contatos devem ser feitos preferencialmente via Whatsapp.
A Artesol não intermedeia relações estabelecidas por meio desta plataforma, sendo de exclusiva responsabilidade dos envolvidos o atendimento da legislação aplicável à defesa do consumidor.
Sobre as criações
“Nossos antepassados sempre foram artesãos por necessidade. Por exemplo, as redes eram confeccionadas com a fibra do buriti. Também faziam os balaios e trocavam por outras mercadorias. Viviam da agricultura e do artesanato. Faziam paneiros da palha do coco para guardar farinhas e alimentos. Se for procurar, no povoado, todos são artesãos”.
Edileuza
A COOPERBURITI trabalha com trançado da tala do buriti, palmeira abundante em margens de rios e regiões de várzea na região Nordeste do Brasil. “O buritizeiro é uma planta que te beneficia com tudo”, segundo Dona Edileuza, líder da cooperativa que se diz artesã de nascença, porque a atividade é tradicional em Curralinho.
Os artesãos e artesãs da região conhecem bem o ciclo da planta e sabem que a extração da tala só é possível entre os 5 e 12 anos da palmeira, por isso o manejo sustentável e o plantio são prioridades do grupo. A tala é a haste que liga o caule da palmeira até a folha e possui uma estrutura firme e resistente, ideal para a confecção de grandes cestos para armazenamento de alimentos. O que evidencia a origem indígena do artesanato, mais especificamente dos indígenas Tremembés, que viviam na região no período de colonização.
No ano de 2000, a partir de uma intervenção do Sebrae, o grupo passou a produzir peças além dos tradicionais balaios. Foi justamente com as novas criações mais elaboradas, além das peças tradicionais, que Edileuza passou, em 2017, a montar sua banquinha na frente de casa, com a finalidade de fazer vendas diretas sem depender de atravessadores. Com o desenvolvimento do trabalho e aumento da visibilidade, consolidou um grupo e passou a desenvolver peças contemporâneas, como sousplats, boleiras, vasos e cestarias mais elaborados.
O processo é feito em etapas, desde a coleta das talas, secagem, corte e o trançado com pontos de cestaria e bordados que utilizam o linho de buriti para acabamentos.
Sobre quem cria
Atualmente, o grupo conta com 30 mulheres envolvidas na produção. Diante de uma encomenda maior, os homens também participam com a coleta e tratamento das talas.
Habitantes de zona rural, às margens do Rio do Barro Duro, a maior parte das artesãs também são agricultoras, produzem farinha para venda e são trabalhadoras domésticas.
Por meio de parcerias, estão investindo em formações, capacitações e participação em feiras nacionais para mostrar a riqueza de seus trabalhos e fazer do artesanato tradicional um meio de vida digno que preserve os saberes de sua cultura.
Sobre o território
É sabido que esse território era povoado pelos povos indígenas Tremembés, e que Tutóia era uma “vila de índio”, que agregava populações quilombolas, indígenas e portuguesas no período de colonização. Dessa maneira, muitas técnicas que envolvem o uso do Buriti são remanescentes das estratégias de sobrevivência dos povos indígenas da região e são aprendidas pelas populações que passam a habitar o território.
Curralinho, às margens do Rio Barro Duro, é uma região da cidade de Tutóia, localizada na entrada do Delta do Parnaíba, com uma população de aproximadamente 60 mil pessoas. A principal atividade econômica da cidade é a agricultura familiar e, como é um centro de distribuição de mercadorias entre municípios menores, também tem o comércio como pilar econômico.