Mulheres de Barro -Cooperativa dos Artesãos da Região de Carajás
A cerâmica produzida pelas artesãs do grupo Mulheres de Barro as conecta com uma história de mais de 6000 anos. Isso porque as formas e grafismos são inspiradas em vestígios recuperados em sítios arqueológicos localizados na Serra dos Carajás, na Floresta Nacional Tapirapé-Aquiri (Flonata).
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Sobre as criações
A cerâmica produzida pelas artesãs do grupo Mulheres de Barro as conecta com uma história de mais de 6000 anos. Isso porque as formas e grafismos são inspiradas em vestígios recuperados em sítios arqueológicos localizados na Serra dos Carajás, na Floresta Nacional Tapirapé-Aquiri (Flonata).
Na cerâmica produzida pelos povos que habitavam as proximidades do Rio Itacaiúnas e seus afluentes pode-se entrever seus costumes e modos de vida. Deixaram registros de sua existência imortalizados na cerâmica que produziam para uso cotidiano ou ritual.
Dessa memória é que são extraídos os principais traços das peças, características que unem a cerâmica contemporânea à ancestral. A modelagem e ornamentação é toda feita manualmente e a base da pintura são pigmentos provenientes de minerais da região como minério de ferro, manganês, e argilas coloridas.
Sobre quem cria
O grupo Mulheres de Barro, que conta hoje com 12 cooperadas ativas, formou-se a partir de iniciativas vinculadas aos programas de prospecção e salvamento arqueológico ocorridos na área do Projeto Salobo (PA) no período de 2005 a 2011. Em oficinas de educação patrimonial, as mulheres conheceram a história local e tiveram acesso à ensinamentos da técnica cerâmica, o que permitiu que criassem peças inspiradas nesse passado precioso.
Com o Projeto “Implantação do Centro Mulheres de Barro de Exposição e Educação Patrimonial da Serra dos Carajás” conseguiram o selo da Lei Rouanet e o patrocínio Vale para construção da tão sonhada sede. É lá onde trabalham todos os dias, ministram oficinas e comercializam as peças produzidas.
Sobre o território
Parauapebas é o sexto município mais populoso do Pará, localizado na região sudoeste do estado a aproximadamente 700 km da capital Belém. Assentada na maior província mineral do planeta, a Serra dos Carajás, tem um dos maiores PIBs do estado, com sua economia baseada nas atividades de exploração de minério de ferro, ouro e manganês pela Vale.
A descoberta das jazidas nos anos de 1960 e concessão para exploração transformaram o cenário local e a cidade estabeleceu-se a partir de então, com população sempre crescente, constituída por migrantes de todas as regiões do país.
Nesse processo de encontro das riquezas da terra, descobertas arqueológicas revelaram um precioso passado histórico a ser estudado e registrado. Memórias de mais de 6.000 anos remontam aos primeiros habitantes do território, seus usos e costumes e demonstram como este passado deve ser respeitado e preservado, pois constituinte do presente e fundação para o futuro.