Cooperativa Nós da Trama
Bolsas, jogos americanos, caminhos de mesa, almofadas, bolsas e necessaires – fruto de um trabalho inclusivo, sustentável e primoroso, que combina fibras naturais, algodão e resíduos de tecido, os artesãos da Nós da Trama produzem peças elegantes e primorosas com grande valor social.
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Sobre as criações
A tecelagem manual é uma das atividades mais antigas da humanidade. Há registros, na antiguidade Grega, da produção de tecidos através de teares, sendo uma atividade reconhecida pela importância na produção de vestimentas e de tecidos para os mais variados fins.
A Cooperativa Nós da Trama utiliza diferentes tipos de teares para atender pedidos e manter seu estoque de peças. Trabalham com tear de pedal de quatro quadros quando a peça requer desenhos, e com o tear de pente liço produzem uma grande variedade de produtos, como esteiras, jogos-americanos, peseiras, bolsas e chales.
Ao longo dos anos, foram experimentando e incorporando vários materiais a suas produções: filmes de fita cassete, fibra de bananeira, piaçava, juta, rami, ráfia de sopro, fibra de taboa, resíduos de tecidos doados por indústrias e um dos principais materiais utilizados atualmente é o papiro/sombrinha chinesa. Esses materiais são colocados na urdidura, compondo a trama junto aos fios de algodão. O grupo tem um grande acervo de amostras das peças já produzidas, em grande parte sob encomenda.

Cada material demanda uma preparação prévia, que envolve a limpeza e o beneficiamento das fibras antes da produção. O papiro, Cyperus papyrus, é doado pela concessionária da estação de tratamento de esgoto biológico de Araruama, do grupo Águas do Brasil. O sistema implementado chama-se Terras Úmidas Construídas que realiza o tratamento do esgoto de forma biológica, com a ação de plantas e microrganismos. O papiro funciona como um regulador do PH da água, na última etapa da purificação. Por conta da abundância de matéria orgânica, as plantas crescem rapidamente, assim, o papiro é frequentemente podado e doado à cooperativa.
Por conta do formato reto e liso, o caule do papiro se adequa muito bem a produção no tear. Após limpos e cortados, os talos são incorporados à urdidura do tear, entrelaçados a fios coloridos de algodão e resíduos de tecidos, dando origem a jogos americanos, caminhos de mesa, estojos e brindes institucionais.
Com uma gama de materiais e largos anos de experiência, a cooperativa produz peças de decoração, como jogos americanos, almofadas, caminhos de mesa, cortinas e peseiras. Fabricam tecidos para marcas de moda e acessórios, e mantém uma produção própria de bolsas e chales, vendidas na sua sede, em Ararauama.
Sobre quem cria
A Cooperativa foi fundada em julho de 1997 por Regina Righi, professora de matemática, ela aprendeu a tecelagem em Saquarema/RJ, com o intuito de produzir em casa, para uso próprio. Porém, como era de sua natureza ensinar o que sabia, levou a tecelagem para a escola na qual trabalhava e repassou a técnica a muitos alunos e alunas, alguns dos quais trabalham na cooperativa hoje.
A cooperativa reúne 14 artesãos, que se organizam para cobrir todas as áreas de atuação: desde o beneficiamento de uma das principais matérias-primas, o papiro, passando pela produção nos diferentes teares, a costura das peças, o acabamento em couro para bolsas, estojos e acessórios, até a partir administrativa e o contato com os clientes.

A cooperativa já atendeu pedidos de grandes marcas, produzindo tecidos que seriam incorporados em outras peças, como bolsas e acessórios. Produziram jogos americanos e caminhos de mesa para a linha Casa Brasileira, do Pão de Açúcar, e para a Trousseau, produziram, com os retalhes de tecidos da marca, almofadas, peseiras, jogos americanos.
O grupo trabalha com a inclusão socioprodutiva de Pessoas Com Deficiência (PCDs) desde a sua fundação. Ministram oficinas na Escola Pública Estadual de Ensino Médio – Ciep 148 Carlos Élio Vogas, onde acolhem todos os estudantes, lhes repassando a tecelagem como atividade terapêutica e ofício. Alguns dos atuais cooperados participaram das oficinas, inicialmente ministradas pela professora Regina, e atualmente ministradas por outras mestras e artesãos do grupo.
“É gratificante ver aquele aluno que não se acreditava capaz de nada produzindo uma peça. É muito bom trabalhar com eles, pois tem um retorno imediato”, afirma Regina.
Semanalmente, o grupo se encontra na sede, que reúne teares de diversos tamanhos e tipos para produzir, organizar materiais e distribuir pedidos. Dos encontros nascem peças contemporâneas, de fino acabamento, que misturam materiais sintéticos e naturais de modo elegante. Sobretudo, do seu encontro nasce um encanto com o potencial do artesanato em transformar vidas, ser fonte de renda, de autoestima, e de mudança social.
Sobre o território

“Lugar onde as araras bebem água”, ou ainda, “local de muitos mariscos” são os possíveis significados do nome Araruama, Arara‘y‘u-aba ou Iriruama em Tupi. Localizada em uma região de grandes lagoas, seu nome conta sobre a importância e a beleza dessa paisagem. A 108 quilômetros de distância da capital, é o maior município da Região dos Lagos.
As características locais permitiram a implantação da estação de tratamento de esgoto inovador, de Terras Úmidas Construídas, que é considerada uma das mais sustentáveis do país. Funciona como uma lagoa artificial com plantas aquáticas, que, junto aos microrganismos, são responsáveis pela transformação da matéria orgânica tratada. Na estação de Araruama, há três dessas lagoas.
A parceria com a Cooperativa Nós da Trama, que utiliza o papiro das lagoas, alia sustentabilidade ambiental e geração de renda, mantendo viva a tradição da tecelagem manual de forma sustentável, inovadora e inclusiva.






































