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Sobre as criações
O Capim verde, aristida pallens, conhecida também por capim esmeralda ou capim barba-de-bode, é a principal matéria prima para o trançado das artesãs do grupo Estrela do Campo. Elas o coletam na própria comunidade, em Boa Vista de Lages, ou nas comunidades vizinhas. O capim pode ser colhido a partir de março, e em pequenas porções, apenas aquilo que será usado para a produção das peças, raramente se faz um grande estoque. Após colhido, ele é posto para secar, à sombra ou ao sol, e depois amarrado em fachos, pequenos ramos amarrados com fita de bananeira ou cipó imbira. Quando seco, é trançado com auxílio de linha encerada e agulha, produzindo os maços que podem ser envolvidos com tecido de chita, gerando belos contrastes entre a colorida chita e o capim. Algumas peças ganham detalhes de capim-dourado, e com o tempo, o capim verde ganha tonalidades muito semelhantes ao dourado.

“A chita representa um campo florido – ela é cheia de flor”, Marly.
O grupo produz sobretudo peças utilitárias, de diversos tamanhos: cestas, fruteiras, bolsas, jarros, bacias, sousplats, atendendo aos pedidos e encomendas dos clientes.
Assim, habilmente, a imaginação entrelaça flores ao capim e embeleza os dias. As horas passadas trançando se convertem em renda que ajuda na manutenção de suas casas. O trabalho artesanal amplia as perspectivas de suas vidas, e, ao estabelecerem novos contatos, elas conquistam horizontes que vão para além dos morros de sua comunidade.
Sobre quem cria
O grupo foi iniciado em 2008, a partir da iniciativa de oficinas da Associação Clube de Mães de Serro de São Gonçalo Rio das Pedras, no interior de Minas Gerais. Eram, na época, 26 mulheres que aprenderam a colher, secar e trançar a fibra do Capim verde, abundante nos morros da região onde vivem. Voltado à qualificação e geração de renda para mulheres, o curso organizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) contemplava outras técnicas, mas a que lhes tocou mãos e corações foi o trançado. Receberam qualificação em design, para o desenvolvimento das peças, e de gestão de negócios e seguem produzindo desde então.

O que motivou as artesãs a realizarem esta formação foi o desejo de transformar a realidade local, onde há poucas oportunidades de trabalho, escassez de recursos e problemas sociais. Desejavam, através da construção de alternativas sustentáveis, fortalecer as mulheres da comunidade. Para isso, basearam-se em conhecimentos tradicionais, assim como na convivência harmoniosa com a natureza, partindo dos princípios da economia solidária.
Atualmente com 11 artesãs ativas na produção, o grupo se reúne na sede da Associação Rural para receber clientes, organizar os produtos e materiais, mas a produção diária ocorre em suas casas.
Já tiveram parcerias com o SENAR, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER-MG) e viajaram para participar de uma oficina em São Paulo pela Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários (UNISOL). Frequentemente participam de feiras na região e da Feira Nacional de Artesanato, em Belo Horizonte (MG).
Sobre o território
Em Boa Vista de Lages, comunidade rural de Serro, as mulheres se dedicam à pequenas hortas, para consumo próprio, aos afazeres domésticos e ao artesanato.
Serro, por sua vez, é uma cidade histórica da região de Diamantina, fazendo parte do Caminho dos Diamantes e da Estrada Real. Com belas cachoeira, rios, morros e serras, a cidade é presenteada com belezas naturais, assim como por patrimônios históricos reconhecidos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

A região em que atualmente se localiza a cidade era, antes do século XVIII, povoada pelos indígenas tupi-guarani, que a chamavam de Ivituruí (ivi = vento, turi = morro, e huí = frio), por conta de seus morros e ventos frios. O povoamento da cidade se expandiu a partir de 1700, com a descobertas de jazidas de ouro nos riachos. A exploração do minério seguiu intensa e desordenada até o século XIX, quando a mineração entra em decadência. As famílias tentaram trabalhar na agricultura e pecuária, mas as condições geográficas não eram favoráveis.
A dificultosa modernização da cidade, como a falta de integração às redes ferroviárias à época da Proclamação da República, isolou a cidade, o que surtiu, a longo prazo, um efeito de preservação da arquitetura e da cultura local. Dentre os patrimônios, se destaca o conjunto arquitetônico e urbanístico de São Gonçalo do Rio das Pedras, além das igrejas matriz de São Gonçalo, igreja matriz de Nossa Senhora dos Prazeres, e o patrimônio imaterial de produção do queijo de Serro.




























