Família Zé do Ponto
Com as técnicas do trançado em couro, da marcenaria e cestaria, saberes-fazeres de mais de 200 anos que acompanham a história dos tropeiros no Brasil, a família Zé do Ponto produz móveis como bancos, cadeiras, mesas, namoradeiras, entre outros, além de objetos como cestos e bolsas.
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Sobre as criações
Com as técnicas do trançado em couro, da marcenaria e cestaria, saberes-fazeres de mais de 200 anos que acompanham a história dos tropeiros no Brasil, a família Zé do Ponto produz móveis como bancos, cadeiras, mesas, namoradeiras, entre outros, além de objetos como cestos e bolsas.
Sobre quem cria
A história de Zé do Ponto, José Sebastião Vaz, com o ofício de carpinteiro começa na sua infância, quando acompanhava seu pai, o conhecido Tropeiro do Vale, pelo sertão afora, no transporte de alimentos para os povoados próximos. Com o pai, Zé do Ponto aprendeu a produzir as caixas de couro, onde eram transportados os alimentos secos e molhados nos lombos das mulas. Esses foram os primeiros passos do mestre artesão que marcou a história do artesanato com o trançado em couro e palha e carpintaria do Brasil.
Montado em um cavalo de guia, ia à frente com seu pai de uma tropa de cerca de trinta cavalos, quinze iam carregados e o restante sem carga para descansar.
Nascido em 1949, Zé do Ponto morou na zona rural de Chapada do Norte com sua família e mais tarde quando foi para a cidade começou a vender café em um ponto de ônibus, onde colocou uma placa “Café do Ponto”. Por cerca de dez anos vendeu café no ponto de ônibus, até que resolveu sair de novo da cidade e passou a produzir as peças de artesanato.
Era muito conhecido na região, pois possibilitou oportunidades de trabalho e geração de renda para outros artesãos que perpetuam esse legado. Falecido em 2020, Zé do Ponto deixou a riqueza de sua técnica como herança e hoje é sua família que explora as texturas do couro e as tonalidades da madeira na confecção de móveis.
Sobre o território
Chapada do Norte se encontra no Alto do Vale do Jequitinhonha, nordeste de Minas Gerais. A história da cidade começa no início do século XVIII com a chegada dos bandeirantes paulistas que se instalaram para a exploração de ouro à margem do rio Capivari. Por volta de 1743, a região sofreu com a escassez de alimentos que atingiu principalmente os negros escravizados. Em luta por suas vidas, muitos conseguiram fugir, formando Quilombos. Entretanto, ainda tiveram que enfrentar muitos confrontos com os capitães do mato, contratados para capturarem os escravizados fugidos.
Os negros que conseguiram se estabelecer fundaram o povoado de Santa Cruz da Chapada, inicialmente subordinada à capitania da Bahia e só mais tarde integrada ao território de Minas Gerais. O povoado cresceu rapidamente e hoje possui uma população que é mais de 90% negra, com muitas comunidades quilombolas.
Uma das características marcantes da região é a presença das manifestações culturais populares, entre elas o congado dançado pela Irmandade de Nossa Senhora dos Homens Pretos que realizam todos os anos a festa de Nossa Senhora do Rosário, considerada pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep) Patrimônio Cultura Imaterial de Minas Gerais.