ARTEZA – Cooperativa de Trabalho dos Curtidores e Artesãos de Couro da Ribeira de Cabaceiras
O trabalho com o couro é presente em quase todas as famílias da região e abarca pessoas de diferentes gerações. A cooperativa propicia trabalho e renda para os 75 cooperados ativos, entre curtidores e artesãos que produzem sandálias, cintos, bolsas e peças pra decoração.
Mostrar contatos
AbrirFechar
bolsa e chapéu
sandálias
carteiras
bolsa
bolsa
bonés
mochila
bolsa
mochila
A Artesol não intermedeia relações estabelecidas por meio desta plataforma, sendo de exclusiva responsabilidade dos envolvidos o atendimento da legislação aplicável à defesa do consumidor.
Sobre as criações
A atividade com couro na região é centenária, ensinada de pai para filho há muitas gerações. Durante muito tempo, foi uma atividade secundária para a produção das vestimentas de trabalho para o homem do campo. A cooperativa ARTEZA foi fundada com 28 cooperados em 1998, como uma alternativa de trabalho diante da escassez de chuvas. Tem como objetivo fortalecer e agregar valor à atividade de curtimento e artesanato em couro.
Devido à adaptabilidade do animal à vegetação e à escassez de água, o couro trabalhado provém do bode. Esse couro se caracteriza por ser um material macio e flexível, com uma área ideal para a confecção de peças pequenas e médias, como sandálias, cintos e bolsas. Os artesãos também produzem, em menor quantidade, cadeiras, estofados e painéis de decoração. Há uma grande diversidade de produtos ofertados pela cooperativa, visto que cada ateliê de artesanato tem suas especialidades, divididos pelas características do trabalho.
Todo o processo de transformação da pele do animal em couro é feito de maneira artesanal no curtume coletivo e nos pequenos curtumes espalhados pelo distrito da Ribeira. O curtimento é feito com extratos vegetais de angico e acácia, em um processo que leva até 18 dias. Os acabamentos são feitos em fulões artesanais de madeira e também manualmente, como os tratamentos finais em óleo vegetal, para garantir a durabilidade e maciez da peça.
Nos ateliês de confecção dos produtos, que estão espalhados por todo distrito, o processo de modelagem, corte, costura, pintura e cola são feitos manualmente, preservando signos da identidade local, como os desenhos tradicionais de gibão e pespontos grossos, traços da cultura.
A cooperativa é responsável pela venda dos produtos a lojistas e participação em feiras. Também participam de redes de cooperação de Comércio Justo e trocas de saberes com produtores de couro do Nordeste, de Goiás, Rio Grande do Sul e Amazonas.
Sobre quem cria
Atualmente, a cooperativa conta com 75 cooperados ativos, entre curtidores e artesãos. Desses, 20 são mulheres.
O trabalho com o couro é presente em quase todas as famílias da região e abarca pessoas de diferentes gerações, já que o conhecimento é transmitido na prática, integrado à agricultura, principalmente a cultura do milho.
Também existe na região uma Oficina do Saber, que oferece formação em técnicas de couro aos jovens de 12 a 15 anos que se tornam multiplicadores de trabalho, chegando a montar, posteriormente, seus próprios ateliês.
“Como é que no interior da Paraíba, no Cariri, numa cidade em que nem chover chove, o pessoal produz couro que requer muita água?”
Ângelo Mácio Gomes Meira
Sobre o território
Cabaceiras é uma pequena cidade de 5.700 habitantes do Cariri Ocidental, região que engloba os distritos do Brasil com a menor taxa pluviométrica, ou seja, onde menos chove no país. É também conhecida como a “Roliúde Nordestina”, por ser cenário de diversas produções do cinema brasileiro que tem a vida simples na Caatinga como palco de suas narrativas.
Não é à toa que as principais atividades do município estão ligadas à Economia Criativa. Foi justamente pela seca severa que castigou a região nos anos 1990, e inviabilizou as atividades de agricultura e pecuária, que 28 curtidores de couro da região se organizaram para trabalhar em cooperação e produzir artefatos em couro, além dos tradicionais que já eram feitos para proteger o homem do campo na Caatinga, bioma caracterizado por uma vegetação espinhosa.
Atualmente, o distrito da Ribeira, com 1200 habitantes, produz produtos em couro, gerando trabalho e renda para aproximadamente 400 pessoas, inclusive dos distritos e municípios vizinhos. Assim, a atividade evita o êxodo de jovens e promove o desenvolvimento e bem-estar de sua população.
Além da produção artesanal, a cidade também atrai milhares de visitantes por ano, pelo conhecido Lajedo do Pai Mateus, formação rochosa a 30 km da cidade cercada de lendas e histórias. Ainda, a cidade promove a Festa do Bode Rei em junho, que recebe milhares de visitantes em uma semana, reforçando a vocação em promover sua identidade de maneira criativa e rentável.