Jonathan Molina
A cutelaria é uma das expressões artesanais mais antigas da humanidade. Dos utensílios de pedra às facas de aço, ela atravessa a vida cotidiana, a caça, a cozinha e até a simbologia de poder em diferentes culturas.
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Sobre as criações
A cutelaria é uma das expressões artesanais mais antigas da humanidade. Dos utensílios de pedra às facas de aço, ela atravessa a vida cotidiana, a caça, a cozinha e até a simbologia de poder em diferentes culturas. Nos dias atuais, a tradição da faca artesanal se renova em oficinas como a de Jonathan Molina, em São José dos Campo, no interior paulista.
Jonathan domina todas as etapas da cutelaria: desde a escolha e preparação das matérias-primas até a confecção das bainhas, realizando todo o processo de forma artesanal. Seu processo começa com a escolha da barra de aço, na qual desenha o modelo desejado. A peça é cortada, desbastada e passa pelo tratamento térmico — um trabalho essencial que endurece o metal e garante retenção de fio e durabilidade, diferenciando as facas artesanais das industrializadas. Depois, vem a colocação do cabo, feito de madeiras nobres de reaproveitamento, resina ou chifre de cervo, e a confecção da bainha, sempre em couro costurado à mão. Cada detalhe é pensado para unir estética, ergonomia e resistência, resultando em peças únicas, feitas para durar e acompanhar o dia a dia de quem as utiliza. As facas variam entre a linha tradicional, voltada para o uso em cozinha, churrasco ou outras atividades cotidianas e a linha Custom, que inclui peças de alto padrão, com desenhos exclusivos e acabamentos que transformam o utensílio em objeto de coleção.
“A faca é o único utensílio que se usa em todas as refeições, desde o café da manhã até o jantar. Então nada melhor do que ter uma faca boa, que tenha uma retenção de fio legal, para usar desde a alimentação do dia a dia, até em churrasco, caça, campo, pesca. A faca está presente no nosso dia, todo o dia”.


Sobre quem cria
O encontro de Jonathan com a cutelaria começou de forma quase casual: ao reparar o cabo de um cutelo, descobriu que tinha jeito para moldar a madeira e, pouco depois, o aço. Em 2022, decidiu mergulhar no ofício, estudando de maneira autodidata e trocando experiências com outros artesãos. Então, decidiu deixar para trás a criação de búfalos, que sustentava a sua produção de queijos, e investiu na sua oficina, dedicando se exclusivamente a ela. Construiu um pequeno negócio que lhe permitiu conquistar maior autonomia profissional e realização financeira. Jonathan valoriza a cutelaria por se tratar um ofício ligado à trajetória humana, que atravessou séculos sem perder sua importância. Acredita que as facas artesanais oferecem qualidade superior às industrializadas, pela precisão, durabilidade e cuidado em cada etapa de produção. Além disso, destaca a singularidade de cada criação: nenhuma peça sai igual à outra.


“Em todas as eras, houve a faca na vida do ser humano, desde as guerras, do uso no dia a dia, da caça, para sobrevivência. É uma pena que com a industrialização sumiu muito dessa arte, que é uma arte muito bonita de se ver. Uma faca artesanal é muito superior a uma faca industrializada, em questão de durabilidade, resistência, retenção de fio. E aí entra a parte do exclusivo, ninguém vai ter duas facas iguais. É uma pena que a cutelaria artesanal deu uma sumida, mas agora ela está voltando, da pandemia para cá começou a surgir muitos cuteleiros artesanais”.
Sobre o território
Localizada no Vale do Paraíba, entre São Paulo e Rio de Janeiro, São José dos Campos é hoje um dos principais polos industriais e tecnológicos do Brasil. Reconhecida pela presença do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e de centros de pesquisa aeroespacial, abriga também indústrias de grande porte e uma rede diversificada de serviços. A cidade que se consolidou como referência em inovação também é marcada pela presença de universidades e centros de inovação, mantendo uma cena cultural e artesanal ativa. As feiras e festivais da região, que reúnem gastronomia, música e artesanato, favorecem a troca de experiências e a circulação de ideias, aproximando produtores e clientes de diferentes partes do Brasil.



















