A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

José Alves da Cruz


Suas esculturas são feitas em madeira louro canela, que possui um forte aroma, e cipó canela. São navios negreiros, sacis-pererês, representações de indígenas, guerreiros tribais, casas de farinha, biombos e estruturas complexas como casas de farinha articuladas, todas pintadas em tons de preto e vermelho.

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Sobre as criações

Suas esculturas são feitas em madeira louro canela, que possui um forte aroma, e cipó canela. São navios negreiros, sacis-pererês, representações de indígenas, guerreiros tribais, casas de farinha, biombos e estruturas complexas como casas de farinha articuladas. As peças são todas pintadas nos tons preto e vermelho que eram as cores utilizadas por Nhô Caboclo.

Foto de divulgação Artesol

Sobre quem cria

Para José Alves da Cruz, quando criança, as bananeiras eram um universo de possibilidades de criação. Com uma faca pequena, talhava a carne macia do tronco, criando casas, bonecos e o que mais a sua imaginação lhe soprasse aos ouvidos. Os vizinhos reclamavam com sua mãe que o filho estava a estragar as suas bananeiras. 

Seu pai, Joaquim Alves da Cruz, tinha gosto por fazer alguns brinquedos feitos de madeira e de lata, trazendo desde cedo para Zé Alves a referência da criação. Quando faleceu, Zé Alves tinha 14 anos, e seguiu fazendo artesanato, criando bonecos de madeira que vendia na rua. Com 17 anos, foi convidado por Sílvia Coimbra, dona da Galeria Nega-Fulô Artes e Ofícios, em Recife, a trabalhar em seu espaço. Lá conheceu Manoel Fontoura, o Nhô Caboclo (1910-1976) que se tornaria seu mestre e professor.

Crédito da foto: Site Artesanato de Pernambuco

Muito pouco se sabe sobre a história desse grande artista que vivia na rua e foi convidado por Sílvia para viver e se dedicar à sua arte em sua galeria. Apenas que foi um grande artista que explorava a madeira, o metal e as folhas de flandres. Com o tempo, Zé Alves foi sendo considerado o discípulo de Nhô Caboclo, tendo assimilado a técnica e algumas das temáticas que o professor explorava, como guerreiros indígenas, lendas populares, como o saci-pererê, e peças que se tornaram emblemáticas, como o catavento e os barcos.

Após o falecimento de Nhô Caboclo, José Alves seguiu na Galeria por mais alguns anos, até que decidiu se mudar para a cidade de Olinda e a partir daí passou a assinar as suas peças como Zé Alves de Olinda. Com a contribuição da arquiteta Janete Costa (1932-2008), a arte de Zé Alves chegou a muitos estados brasileiros e viajou para além mar, assim como o próprio artista que viajou para Portugal em duas ocasiões, França e Suíça, representando a arte popular brasileira.

A arte de Zé Alves é bem recebida onde quer que chegue e se encontra em galerias e museus no Brasil, na França, no México, nos Estados Unidos, na Espanha, na Suíça, na Bélgica, entre outros. A sua maior peça é um quadro com quase seis metros que se encontra em Portugal.

Sobre o território

Em um dos pontos mais altos do bairro de Águas Compridas, em Olinda, se encontra a casa-ateliê do mestre Zé Alves. Olinda é um município brasileiro do estado de Pernambuco que pertence à Região Metropolitana do Recife. Foi fundada em 1535, sendo a mais antiga entre as cidades brasileiras declaradas Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela UNESCO. Título que recebeu em 1982, após Ouro Preto – MG. 

A cidade abriga dezenas de igrejas e conventos barrocos e mantém o seu estilo colonial. Olinda chegou a ser a vila mais rica do Brasil Colônia entre o século XVI e as primeiras décadas do século XVII, chegando a ser referida como “Lisboa pequena”, tendo sido sede do Brasil colonial entre 1624 e 1625 por ocasião das invasões neerlandesas.

A vila manteve-se próspera até a invasão holandesa à Capitania de Pernambuco, quando os neerlandeses, após retirar os materiais nobres das edificações para construir suas casas na capital da Nova Holanda (Recife), incendiaram Olinda. Com o término da Insurreição Pernambucana, Olinda voltou a ser a sede da capitania, perdendo o posto em meados do século XIX.

Em 2006, Olinda foi eleita a primeira Capital Brasileira da Cultura, após concorrer com as cidades de Salvador e João Pessoa, por ser um importante núcleo de manifestações populares e do artesanato de tradição.

Foto de divulgação Artesol

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