Mestre Francorli
Artistas como Mestre Francorli lutam para manter a Xilogravura viva, ressignificando essa arte em gravuras decorativas e em materiais diversos como bolsas, caderninhos ou bancos de madeira, mantendo sua essência: retratando sempre personagens do nordeste.
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Sobre as criações
A Xilogravura, processo de entalhe em madeira e depois gravação em superfícies, é muito presente nas ilustrações de cordel pelo nordeste brasileiro. Nos anos 1970, com a diminuição da produção de cordéis, a Xilogravura estava ameaçada. Artistas como Mestre Francorli lutam para mantê-la viva, ressignificando essa arte em gravuras decorativas maiores e em materiais diversos como bolsas, caderninhos ou bancos de madeira, mantendo sua essência: retratando sempre personagens do nordeste. Francorli, por exemplo, tem uma série com frases do Ceará, outra sobre o cotidiano do povo sertanejo. “O processo é do sertão, do agreste. A inspiração vem do momento, quando eu tô no mato, no sítio, na casa de charque”. Em seu processo, ele primeiro faz um rascunho no papel, depois na madeira com suas goivas e estiletes, então parte para a impressão, com a ajuda de suas máquinas manuais para encontrar a pressão precisa para as gravuras. Para suas matrizes, ele usa a madeira Umburana e por isso organizou um projeto de plantio dessa árvore, plantando 100 mudas no Parque Ecológico. Em seu ateliê, tem toda sua coleção de matrizes, que não vende. Alguns temas do cotidiano nordestino que estão muito presentes em seu trabalho são as quadrilhas juninas, o reisado, a banda de cabaçal, o bumba meu boi, com foco na tradição cultural de sua região.
Sobre quem cria
O primeiro contato de Francisco Correia Lima com a Xilogravura foi quando tinha apenas 13 anos – quando trabalhava na Tipografia São Francisco. Lá, aprendeu a arte observando xilogravuristas como Stênio Diniz e Mestre Noza. Depois de alguns anos afastado da ocupação, em 1990, com o incentivo do professor Gilmar de Carvalho, voltou a produzir. Desde então seu trabalho vem circulando pelo mundo, tendo ido para exposições em diversas partes do Brasil, Lituânia e para a França, por exemplo. Em 2022, se tornou Mestre do Tesouro Vivo da Cultura do Ceará, como reconhecimento pelo seu trabalho de artista e formador. Durante oito anos, Mestre Francorli também ministrou oficinas de Xilogravura em creches e polos do município, formando vários jovens encantados pela arte. Hoje, em seu novo ateliê e loja, pretende fazer oficinas e continuar mantendo essa tradição viva com as novas gerações.
Sobre o território
Juazeiro do Norte, cidade da Região do Cariri, no interior do Ceará, é muito reconhecida por sua cultura tradicional e religiosidade, sendo considerada um dos locais mais importantes para a cultura de Cordel e Xilogravura, além de um ponto importante de turismo religioso. Um dos principais pontos turísticos da cidade é o Centro de Cultura Popular Mestre Noza, espaço que abriga a união da fé e religiosidade com a potência do artesanato. Mestre Francorli faz parte da Associação dos Artesãos do Novo Juazeiro e tem bastante contato com os xilógrafos da cidade, que contam com um importante apoio da CeART para a produção e venda de suas artes.