Centro de Plantas Medicinais Olawatawah


O artesanato Paiter Suruí transcende a categoria de objeto decorativo ou comercial, constituindo-se como expressão viva da identidade cultural e cosmovisão do povo Paiter Suruí.

Mostrar contatos

AbrirFechar

Os contatos devem ser feitos preferencialmente via Whatsapp.

Aldeia Napidjan, Cacoal – RO

A Artesol não intermedeia relações estabelecidas por meio desta plataforma, sendo de exclusiva responsabilidade dos envolvidos o atendimento da legislação aplicável à defesa do consumidor.

Sobre as criações

Nas mãos das mulheres Paiter Suruí, os coquinhos de tucum e babaçu transformam-se em constelações de beleza que adornam corpos e carregam histórias ancestrais. O Centro das Plantas Medicinais Olawatawah floresce como jardim sagrado onde o artesanato tradicional enraíza-se na terra fértil da coletividade, entrelaçando fios de sustentabilidade ambiental e preservação cultural. Cada peça criada pelas artesãs é semente plantada no presente que germinará no futuro, perpetuando saberes que nasceram com o próprio mundo Paiter.  

Crédito da foto: Forest Trend | Jony Wagner

A diversidade de produtos criados — anéis que circundam dedos, pulseiras que abraçam pulsos como proteção, colares que adornam pescoços como escudos de identidade, panelas que alimentarão gerações — revelam a profunda conexão com o território: coquinhos de tucum colhidos nas caminhadas pela mata, frutos do babaçu que se oferecem generosamente, algodão tradicional que cresce sob o sol amazônico e barro moldado pelas mãos das mulheres. O artesanato Paiter Suruí transcende a categoria de objeto decorativo ou comercial, constituindo-se como expressão viva da identidade cultural e cosmovisão do povo Paiter Suruí. 

Cada material possui significados específicos e formas de obtenção que respeitam os ciclos naturais. Dessa forma, o artesanato constitui não apenas meio de subsistência, mas principalmente instrumento de resistência cultural e afirmação identitária. A transmissão do conhecimento artesanal opera através de um sistema vivo de aprendizado intergeracional, onde as habilidades são aperfeiçoadas através dos ensinamentos de avós e mães. 

Sobre quem cria

O Centro das Plantas Medicinais Olawatawa, localizado na Aldeia Napidjan em Cacoal/RO, representa uma iniciativa exemplar de preservação cultural e sustentabilidade ambiental do povo Paiter Suruí. Fundado em 2015 inicialmente como projeto de preservação de plantas medicinais, o Centro evoluiu para uma organização que articula artesanato tradicional, protagonismo feminino e gestão territorial sustentável. 

Sob a liderança de Naraiamat Suruí e com o grupo de mulheres artesãs coordenado por Eloisa Imaio, o Centro desenvolve produtos artesanais a partir da perspectiva de que a diversidade cultural enriquece o mundo, conforme expressa Naraiamat:  

“E qual é a importância desse artesanato, qual a importância da nossa cultura para contribuição de um mundo melhor, que a gente quer, porque se falássemos só uma língua, o mundo não teria sentido, né? Mas a diversidade das culturas diferentes, isso deixa o nosso mundo mais brilhante e mais lindo, é isso”.  

O senso de coletividade orienta todas as atividades, desde o artesanato ancestral até as organizações formais que sustentam o Centro.  

Os Suruí de Rondônia se autodenominam Paiter, que significa “gente de verdade, nós mesmos”, e falam uma língua do grupo Tupi. A Terra Indígena Sete de Setembro reúne 28 aldeias Paiter Suruí, sendo divididos em quatro clãs: G̃amep (marimbondos pretos), G̃abg̃ir (Marimbondos Amarelos), Makor (Taboca) e Kaban (Marindiba). Na Aldeia Lapetanha, localizada no município de Cacoal, vivem 37 famílias que mantêm vivas as práticas culturais tradicionais. 

Crédito das fotos: Forest Trend | Jony Wagner

Sobre o território

O município de Cacoal, localizado no estado de Rondônia, possui uma área territorial de 3.793 km² e uma população estimada de 97.637 pessoas em 2024, constituindo-se como um dos principais centros econômicos do estado. A presença indígena na região é marcada pela Terra Indígena Sete de Setembro, que se localiza nos municípios de Cacoal (RO) e Rondolândia (MT), abrangendo um território de 224 mil hectares. Esta terra indígena é banhada pela bacia do rio Branco, afluente do rio Roosevelt, formado pela junção dos rios Sete de Setembro e Fortuninha. 

A região caracteriza-se pelo clima tropical amazônico, com duas estações bem definidas: uma seca (maio a setembro) e outra chuvosa (outubro a abril). O município está inserido na fronteira agrícola amazônica, com aproximadamente 20% da população vivendo na área rural.  

Crédito das fotos: Forest Trend | Jony Wagner

Membros relacionados

Patrocínio
Institucional Master

Realização

Opções de acessibilidade