Seringô
A Seringô é uma instituição ambiental que trabalha com produtos feitos de encauchado de vegetais da Amazônia, borracha natural produzida em seringais nativos por comunidades indígenas e de caboclos. Produz uma linha de produtos diversificada e de design arrojado que inclui sandálias, biojoias, jogos americanos, cachepôs e sousplats.
Mostrar contatos
AbrirFechar
Os contatos devem ser feitos preferencialmente via Whatsapp.
A Artesol não intermedeia relações estabelecidas por meio desta plataforma, sendo de exclusiva responsabilidade dos envolvidos o atendimento da legislação aplicável à defesa do consumidor.
Sobre as criações
Encauchado de vegetais da Amazônia é o nome da borracha natural produzida em seringais nativos por comunidades indígenas e de caboclos, a partir da mistura do látex com fibras vegetais como resíduos da indústria do açaí. O material foi desenvolvido através de pesquisas acadêmicas aliadas ao saber popular de indígenas, seringeiros e outros moradores da floresta. Os experimentos que tiveram início há 20 anos no Acre culminaram na criação de uma linha de produtos diversificada e de design arrojado que inclui sandálias, biojoias, jogos americanos, cachepôs e sousplats. Esses últimos são inspirados nos desenhos, formas, texturas e cores das folhas da Floresta Amazônica, como a folha capeba, a vitória-régia, a apuí, entre outras. Atualmente, a organização está no processo de criação de uma nova marca de produtos chamada Seringô a partir dessa borracha orgânica.
O grande diferencial desses produtos é a tecnologia social que transformou o processo industrial de “vulcanização” (que origina a borracha) em um processo artesanal de manuseio do látex. Na prática, o composto base que seria usado na indústria é desidratado naturalmente e se transforma em borracha vegetal no meio da floresta, com o moldes artesanais, sem necessidade de energia elétrica, máquinas ou estufas, ou seja, com uso racional de recursos naturais.
Sobre quem cria
Seringô é uma instituição que trabalha na área área ambiental com ações que aliam desenvolvimento comunitário, inovação e cultura. O foco é o fortalecimento de comunidades tradicionais e indígenas a partir de processos que dão ao produtor acesso à tecnologia e o direito de empreender e fabricar produtos prontos com maior valor agregado, ao invés de vender matéria-prima para a indústria. O grande objetivo é estimular os moradores da Amazônia a fazer uso de recursos naturais de forma racional. Entre os grupos envolvidos com a produção dos encauchados estão os moradores de terras indígenas da Amazônia Legal como, por exemplo, as terras Katukina/kaninawá de Nova Olinda no município de Feijó no Acre. A sede principal do instituto, porém, fica em Castanhal, no Pará.
Sobre o território
As pesquisas que resultaram no desenvolvimento da tecnologia utilizada no Polo Probio nasceram através dos estudos do ecologista Francisco Samonek, da Universidade Federal do Acre, junto a indígenas e seringueiros do município Vila Acre. Posteriormente, a tecnologia foi replicada em outros destinos da Amazônia, estimulando a reativação de seringais nativos no Acre, Amazonas, Rondônia e Pará, somando 17 pequenas unidades de produção coletivas ou familiares. Com isso, centenas de extrativistas foram motivados a se manter na floresta de forma digna sobrevivendo de sua atividade tradicional. Assim, a mata continua em pé e os seus moradores não precisam migrar para tentar subempregos nas cidades ou para atividades como a agropecuária e o desmatamento ilegal. Essa estratégia foi uma forma de reverter as consequências da falência do modelo convencional de produção da borracha. Praticado desde o início da era industrial, esse modelo tornou-se obsoleto e insustentável para os extrativistas da Amazônia. Depois do ciclo da borracha, as comunidades ficaram abandonadas. Veio a substituição das florestas pelo pasto e pela soja, sendo destruídos milhares de hectares de seringais nativos com toda sua biodiversidade ainda não estudada.
Hoje, a Rede Encauchados conta com o apoio da Fundação Banco do Brasil/BNDES e da “Redes ECOFORTE de Agroecologia”, consolidando-se como um empreendimento que gera trabalho, renda, empoderamento e inclusão socioeconômica nesses seringais reativados, o que significa a preservação de grandes áreas de mata nativa.