Sthefany Carneiro
Sthefany Carneiro não modela apenas barro – ela esculpe tempo, tece afetos e constrói pontes invisíveis entre o que fomos, o que somos e o que não podemos permitir que se perca.
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Sobre as criações
Quando Sthefany colhe o barro vermelho da terra alagoana, seus dedos tocam a mesma argila que moldou os primeiros lares do sertão, carregando consigo séculos de histórias silenciosas. Cada casinha que floresce em suas mãos é bem mais que uma miniatura delicada – é um cosmos inteiro que se desdobra em camadas de tempo, onde memórias ganham forma.
Em seu ateliê, Sthefany orquestra uma sinfonia de transformações onde cada elemento descartado pelo mundo encontra sua redenção poética. Os gravetos de cidreira que seu pai cortou no quintal tornam-se a estrutura que sustenta sonhos em miniatura; embalagens de café transformam-se em telhas que protegem pequenos lares da chuva imaginária; palitos de picolé renascem como portinhas que se abrem para o passado. É uma alquimia particular onde o “lixo” vira arte, onde o esquecido volta a ter valor, numa manifestação silenciosa, mas poderosa de sustentabilidade que vai muito além do meio ambiente, ela sustenta também a alma de uma cultura.

Suas criações transcendem a categoria de arte decorativa para habitar o território do sagrado cotidiano. São pequenos recortes do Nordeste que despertam em quem as contempla uma saudade inexplicável de lugares talvez nunca visitados, mas profundamente reconhecidos pela alma. Cada casinha carrega o peso delicado de ser guardiã de uma arquitetura que conta histórias de resistência, de mãos calejadas que construíram com amor, de famílias que fizeram do simples um lugar de beleza. Sthefany Carneiro não modela apenas barro – ela esculpe tempo, tece afetos e constrói pontes invisíveis entre o que fomos, o que somos e o que não podemos permitir que se perca. Em cada peça, ecoa um sussurro coletivo: o sertão é belo, o sertão é nosso, o sertão permanece.
Sobre quem cria
Sthefany Carneiro é uma artesã que encontrou nas casinhas de barro em miniatura sua forma mais profunda de expressão artística. Dedica-se a recriar a arquitetura nordestina, transformando materiais simples em pequenos universos que despertam memórias e fortalecem a identidade cultural do sertão. Criar é muito mais que trabalhar – é encontrar-se consigo mesma em cada gesto.
Quando se entrega à construção de suas casinhas, o mundo ao redor desaparece e ela mergulha em um estado quase meditativo, onde trabalho, lazer e terapia se fundem em uma experiência transformadora. É nesse momento de entrega total que ela compreende ter finalmente encontrado aquilo que fazia seus olhos brilharem, depois de anos persistindo em busca do que verdadeiramente preencheria seu coração.

A magia acontece quando suas criações tocam outras pessoas, despertando memórias de infância, reconexões com a história familiar e um sentimento de pertencimento que parece ter se perdido no tempo. Frases como “eu vivi numa casa assim” ou “parece que estou voltando da minha infância” ecoam como música aos seus ouvidos, confirmando que seu trabalho vai muito além da técnica – ele resgata pedaços da alma que pareciam esquecidos. É uma troca constante de aprendizado e emoção, onde cada exposição, cada conversa, cada olhar de reconhecimento se transforma em combustível para continuar criando.
Sthefany sonha em expandir esse universo de possibilidades, levando seu conhecimento para a comunidade através de oficinas que ensinem não apenas a técnica, mas também uma nova forma de ver o mundo. Sua visão abraça a sustentabilidade emocional e ambiental, mostrando que aquilo que alguns consideram descartável pode se transformar em arte que desperta memórias e gera valor afetivo. É uma missão delicada de reeducação do olhar, onde cada pessoa aprende a enxergar potencial criativo onde antes via apenas lixo, construindo pontes entre gerações e fortalecendo o orgulho pelas próprias raízes.
Sobre o território
Sthefany é natural de Maceió-AL, mas atualmente vive em Marechal Deodoro, localizada na costa leste de Alagoas, possui uma população de 60.370 habitantes segundo o censo de 2022 do IBGE, representando um crescimento de 31,76% em relação ao censo anterior. A cidade ocupa uma área de 340,987 km² e está situada a apenas 5 metros acima do nível do mar, apresentando clima tropical com temperaturas que variam entre 21°C e 32°C. Como primeira capital de Alagoas, o município carrega mais de 430 anos de história e oferece uma rica diversidade arquitetônica e cultural que serve de referência para o trabalho artesanal de Sthefany, conectando as tradições locais com as características geográficas e climáticas que moldam a identidade regional.


























