Centro Cultural Indígena Paiter Wagôh Pakob 


O artesanato Paiter Suruí é muito mais que objeto decorativo – é identidade materializada, é resistência cultural tecida em fibras e moldada em barro.

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Sobre as criações

Cada fibra de tucumã colhida respeitosamente da mata se torna cesto, cada grão de barro moldado com cuidado vira panela, cada semente encontrada no chão da floresta ganha nova vida em colares, pulseiras e brincos. São criações que nascem do diálogo ancestral entre as mulheres e a natureza, onde cada peça carrega não apenas beleza, mas também sabedoria transmitida de geração em geração pelas mais velhas. 

O artesanato Paiter Suruí é muito mais que objeto decorativo – é identidade materializada, é resistência cultural tecida em fibras e moldada em barro. Os colares de algodão vermelho e branco são como documentos de identidade do povo, reconhecidos em qualquer lugar do Brasil. Quando alguém avista um colar preto de tucumã, imediatamente sabe que ali está presente a força do povo Paiter. Essas peças vieram com o povo desde antes do contato e representam a continuidade de uma cultura que se recusa a desaparecer. 

A sustentabilidade é princípio fundamental na criação artesanal Paiter Suruí. O tucumã, material mais precioso retirado da floresta, é colhido com respeito e planejamento. As mulheres preservam cuidadosamente as áreas de coleta e já desenvolvem planos de reflorestamento dos materiais utilizados no artesanato. É um ciclo de cuidado onde a natureza oferece seus dons e recebe de volta o compromisso de preservação, garantindo que as futuras gerações também possam criar com as mãos e manter viva a tradição. 

“Através de suas mãos habilidosas e sua determinação, elas não apenas preservam tradições, mas também fortalecem a autonomia de seu povo, provando que a cultura indígena é viva, dinâmica e capaz de se adaptar aos desafios contemporâneos sem perder sua essência.” 

Sobre quem cria

As mulheres Paiter Suruí são as guardiãs da memória cultural de seu povo. Organizadas em um grupo específico dentro do Centro Cultural, elas assumem protagonismo na preservação e transmissão dos conhecimentos do seu povo através do artesanato. Essas mulheres não apenas criam peças belíssimas, mas também lideram um movimento de fortalecimento cultural que surgiu da necessidade de resistir às influências externas que ameaçavam enfraquecer as tradições do povo. 

O Centro Cultural Indígena Paiter Wagôh Pakob nasceu em 2016 como resposta à preocupação com o enfraquecimento cultural causado por influências externas e atividades ilegais no território. Em 2021, as mulheres criaram seu próprio departamento dentro da organização, tomando a frente das atividades artesanais e demonstrando que a autonomia feminina é fundamental para a continuidade cultural. Wagôh Pakob, que significa “força da floresta” em português, representa exatamente essa energia vital que as mulheres canalizam em suas criações. 

O trabalho dessas mulheres artesãs vai além da produção de peças: é um ato político de resistência cultural, uma forma de garantir que os conhecimentos adquiridos com os antepassados sejam estendidos às futuras gerações. Através de suas mãos habilidosas e sua determinação, elas não apenas preservam tradições, mas também fortalecem a autonomia de seu povo, provando que a cultura indígena é viva, dinâmica e capaz de se adaptar aos desafios contemporâneos sem perder sua essência. 

Sobre o território

O município de Cacoal, localizado no estado de Rondônia, possui uma área territorial de 3.793 km² e uma população estimada de 97.637 pessoas em 2024, constituindo-se como um dos principais centros econômicos do estado. A presença indígena na região é marcada pela Terra Indígena Sete de Setembro, que se localiza nos municípios de Cacoal (RO) e Rondolândia (MT), abrangendo um território de 224 mil hectares. Esta terra indígena é banhada pela bacia do rio Branco, afluente do rio Roosevelt, formado pela junção dos rios Sete de Setembro e Fortuninha. 

A região caracteriza-se pelo clima tropical amazônico, com duas estações bem definidas: uma seca (maio a setembro) e outra chuvosa (outubro a abril). O município está inserido na fronteira agrícola amazônica, com aproximadamente 20% da população vivendo na área rural.  

Crédito das fotos: Forest Trend | Jony Wagner

O território Paiter Suruí situa-se em uma área de transição entre o cerrado e a floresta amazônica, proporcionando rica biodiversidade que sustenta tanto as práticas tradicionais quanto as atividades econômicas sustentáveis desenvolvidas pelo povo. Dentro desse contexto, o grupo Wagoh Pakob se destaca pelo trabalho voltado ao fortalecimento cultural e ao uso sustentável da floresta. 

Entre suas principais iniciativas estão o turismo e etnoturismo de base comunitária, que oferecem experiências autênticas a visitantes interessados em conhecer a riqueza cultural do povo Paiter. Nessas vivências, o grupo compartilha práticas tradicionais como as danças rituais, a arte das pinturas corporais e a alimentação típica indígena, promovendo a valorização dos saberes e a transmissão intergeracional de conhecimentos. 

Assim como outros coletivos Paiter, o Wagoh Pakob integra o manejo e uso sustentável da floresta em suas atividades, incluindo a coleta de castanha-do-brasil, gongo de coco, produção de cacau e ações de reflorestamento. Essas práticas não apenas garantem a segurança alimentar e a conservação ambiental, mas também fortalecem a economia comunitária, em equilíbrio com os valores culturais e espirituais do povo Paiter Suruí. 

O grupo Wagoh Pakob, portanto, une tradição e inovação, reafirmando a importância da cultura, da floresta e da coletividade como pilares de um futuro sustentável para as novas gerações. 

Crédito das fotos: Forest Trend | Jony Wagner

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