A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

Willi de Carvalho 


Willi de Carvalho cria mundos em miniatura que retratam temas e personagens da cultura popular brasileira: danças populares, favelas, festas folclóricas, temas religiosos e personalidades.

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Sobre as criações

Elaboradas cenas em miniatura, em que cada personagem tem seu lugar e um papel para contar uma história como se estivessem em um palco de teatro. Willi de Carvalho cria mundos em miniatura que retratam temas e personagens populares: danças populares, favelas, festas folclóricas e temas religiosos… 

Começa a criar pelo desenho, desenhando na mente, mas principalmente no ar. Quando a inspiração aparece e se concretiza, faz desenhos em cadernos. Desenha no papel, faz anotações, como um desenho de cenário de teatro, onde cada elemento deve ficar no seu lugar de atuação. Depois de desenhar, inicia o processo de construção das miniaturas. 

Crédito das fotos: Ricardo Carotta e Theo Grahl

Trabalha com técnica mista, utilizando principalmente materiais reutilizados. Os personagens são feitos com madeira, arame e porcelana fria. Para o cenário, geralmente usa madeira, papel panamá e modela as formas com papietagem. Com arames, cria ornamentos que têm a função de produzir movimentos para a cena. Também utiliza fitas e pedrarias.  

Sobre quem cria

Crédito da foto: Theo Grahl

Welivander César de Carvalho (1966) nasceu e cresceu em Montes Claros, Minas Gerais.  Foi uma criança criativa e bagunceira, envolvia os primos e amiguinhos em brincadeiras inventadas, como carnavais de rua, teatros e desfiles.  

Estudou no Conservatório de Música de Montes Claros, o que teve um impacto profundo em seu olhar artístico. Gostava muito de desenhar e tinha vários cadernos, que sua mãe guardou com carinho e continuam bem conservados.  Autodidata, pintava telas e começou a trabalhar em escolas de teatro e de arte fazendo cenários de teatro, figurinos, maquiagens artísticas, além de atuar. 

Quando trabalhava na criação de cenários para o teatro, Willi tinha como a prática criar o cenário em miniatura, como uma forma de planejamento e visualização dos elementos no espaço. Em 1997 acontece uma virada em sua carreira, quando a miniatura deixa de ser uma ferramenta e passa a ser definitivamente sua linguagem como artista. Nesse ano aconteceu um encontro artístico em Montes Claros, o Psil Poético. Em sua participação no evento, o artista curitibano Hélio Leites se apresentou com um figurino singular, uma roupa que possuía um teatrinho de caixa de fósforo, com partes que se abriam, revelando as peças e personagens escondidos. Willi ficou maravilhado, pois nunca havia imaginado que a miniatura poderia ser uma possibilidade de produção genuinamente artística.  

A partir dessa descoberta começou a fazer obras em caixinha de fósforo para ele mesmo e para vender para pessoas próximas. Suas obras foram caindo no gosto de um púbico cada vez mais amplo. Quando começaram a ser estampadas em revistas de decoração, sua trajetória teve mais um ponto de virada. Suas criações foram reconhecidas como obras de arte, hoje estão em galerias de arte popular e atraem principalmente colecionadores. Willi participou de diversas exposições individuais e coletivas e também ganhou vários prêmios. 

Sobre o território

Atualmente, Willi de Carvalho vive no estado de São Paulo. Mas sua obra tem forte influência da cidade onde nasceu e da cultura mineira. Montes Claros, cidade natal de Willi de Carvalho, faz parte do sertão mineiro, descrito por Guimarães Rosa em seus livros. É muito rica culturalmente, com manifestações populares como marujadas, caboclinhos e catopés. Essas manifestações caracterizam-se pela origem religiosa católica e popular, com fortes traços das culturas africanas dos negros escravizados. Nessas folias, os celebrantes desfilam, cantam e dançam pela cidade em homenagem aos santos, como São Benedito, o Divino Espírito Santo e a Nossa Senhora do Rosário, especialmente venerados pela população negra desde o Brasil Colônia. É interessante notar que os celebrantes utilizam trajes ricamente adornados, com pedrinhas coloridas e muitas fitas, estética que incorporada por Willi em seus trabalhos.  

Crédito da foto: Theo Grahl

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