A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

Associação Barralonguense de Bordadeiras e Artesãos


A prática do bordado em Barra Longa é quase tão antiga quanto a própria fundação da cidade, acompanhando a história de gerações de mulheres, seus anseios e desejos, segredados a cada ponto.

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Sobre as criações

A prática do bordado em Barra Longa é quase tão antiga quanto a própria fundação da cidade, acompanhando a história de gerações de mulheres, seus anseios e desejos, segredados a cada ponto. As técnicas mais utilizadas hoje são o richelieu, bordado livre e ponto cruz, que nas habilidosas mãos das bordadeiras dão graça à caminhos de mesa, lenços, toalhas, jogos americanos, peças de roupas e acessórios. 

O richelieu pode ser executado à mão ou à máquina de pedal, com o auxílio do bastidor. O desenho é feito em papel manteiga e depois passado para o tecido. O tecido é costurado com ponto reto e reforçado com zigue-zague, contornando-se todo o desenho. Com a tesourinha, corta-se a parte interna do desenho e são bordadas as ligações internas (grades) e depois o contorno, utilizando um cordão ou linha chamada cordonê. 

Já o ponto cruz, também conhecido como ponto de marca e bordado de fio contado, é um bordado com ponto imitando pequenas cruzes que permite a contagem de fios e que quando agrupadas, formam um desenho. Geralmente executado em tecido etamine e linho, de tramas bem definidas.

O bordado livre conserva pontos tradicionais do bordado reorganizando os espaços e propondo novos estilos de desenho. As temáticas escolhidas, que geralmente retratam a fauna e flora, as tradições, ou cenas cotidianas, proporcionam um meio de expressão e interação profunda entre quem borda, o grupo e o local.

Sobre quem cria

A ABBA, Associação Barralonguense de Bordadeiras e Artesãs foi fundada em 2003. Suas 12 integrantes bordam como forma de manter viva a tradição local, de manterem-se conectadas com o conhecimento e histórias de suas mães e avós.

Fonte principal ou complementar de renda, a produção do bordado ocupa um espaço relevante na vida das bordadeiras. Como ocupação, o bordado é valioso pois conecta mente e corpo na repetição dos pontos, que criam delicados e coloridos padrões. 

Associação Barralonguense de Bordadeiras e Artesãos / Crédito das fotos: Divulgação

Sobre o território

No interior de Minas Gerais, a 172 km da capital Belo Horizonte, o município de Barra Longa tem uma população de pouco mais de 5.000 habitantes. Nasceu com a fundação de uma capela levantada em São José do Gualacho do Norte no início do século XVIII.

A cidade foi uma das principais afetadas pelo rompimento da Barragem de Fundão em 2015. A imensa quantidade de lama contendo rejeitos de mineração, volume estimado em 34 milhões de metros cúbicos, atingiu o município, devastando o território, poluindo seu rio Gualaxo do Norte e deixando suas terras improdutivas. 

As vidas foram profundamente afetadas e a história da cidade divide-se entre períodos pré e pós rompimento da barragem. A população unida busca reestruturar-se, construindo novas estruturas para possibilidades outras de (re)existência. 

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