A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

Associação Seringueira Porto Dias


A técnica se inicia na coleta da madeira; após a identificação, as formas da natureza são trabalhadas com serras elétricas e lixadeiras, tendo o acabamento realizado manualmente, finalizado com ceras naturais e selador para proteger e dar brilho.

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Assentamento Porto Dias , CEP 69945-000, Acrelândia – AC

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Sobre as criações

Crédito da foto: Julio Ledo

Crédito das fotos: Julio Ledo

“Na hora que a gente cata na mata, ela já vem no formato da natureza, cada peça é única, nunca vai ser uma igual. Umas mais largas outras mais estreitas, corações, coisa que te dão um pensamento mais forte”.

DAIANE

É possível saber a história de uma árvore, contar seus anos de vida, nos anéis de seu tronco. Outras marcas que ficam, como cicatrizes, remontam a tempos antigos; São indicadores, memória da floresta que é contada em segredo. A magnitude de árvores centenárias é conservada em seus veios e as cores que vão do bege amarelado, passando pelos lilases, vermelhos e marrons, revelam a espécie.  

As sofisticadas peças produzidas pelos jovens do Assentamento Porto Dias são resultado de uma iniciativa de gestão ambiental sustentável e geração de renda. O Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Porto Dias tinha como principal renda o Manejo Florestal Comunitário realizado em cooperação com COOPERFLORESTA. Porém, pensando no aproveitamento de resíduos florestais gerados pelo Manejo Florestal durante o processo de abertura de estradas, trilhas de arraste e pátios, galhadas das copas das árvores exploradas, árvores derrubadas durante a queda, queda natural de árvores e resíduos de toras ocas é que a comunidade organizou-se com apoio do Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Acre (SEMA), a partir de 2016, reconhecendo o potencial dessa matéria prima subaproveitada. 

A técnica aprendida com Raimundo Nonato Monteiro Montefusco Dourado inicia na coleta da madeira; após a identificação, as formas da natureza são trabalhadas com serras elétricas e lixadeiras, tendo o acabamento realizado manualmente, finalizado com ceras naturais e selador para proteger e dar brilho.

Sobre quem cria

Crédito da foto: Julio Ledo

A Associação Seringueira Porto Dias foi criada em 1996 e tem como principais fontes de renda o manejo florestal e o agroextrativismo. A partir de 2016 tiveram a iniciativa de produzirem a partir do que era antes visto como resíduo dessa exploração. O grupo formado inicialmente por 20 jovens tem como objetivo a organização sustentável da comunidade. Primeiro, a geração de renda pensada como possibilidade de permanência, abarca o desejo de continuar próximo da família através da perspectiva de trabalho. Outra questão importante é o uso da madeira nobre, resíduo subaproveitado no manejo florestal. 

O recurso necessário para dar início foi captado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Acre (SEMA) através do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O convênio começou em 2016 com finalização da primeira etapa em janeiro de 2019. Contaram com capacitações técnicas, aprendendo desde a fabricação do produto, gestão, comunicação e vendas. Tem também apoio do SEBRAE AC. Hoje com 18 associados, o projeto tem impacto direto na geração de renda de 18 famílias da comunidade. 

Sobre o território

Crédito da foto: Julio Ledo

O Seringal Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi o nome dado em 1945 ao território que abrigava 55 famílias seringueiras extrativistas. Hoje a Comunidade Palhal, em Acrelândia, é sede da Associação Seringueira Porto Dias.

Em meados dos anos 90, buscando melhores condições de trabalho, os produtores uniram-se para fundar a associação, passando a gerir a produção com maior autonomia. Em 1999 tiveram o primeiro plano de manejo aprovado, uma importante conquista para a comunidade, pois com isso puderam ter outras fontes de trabalho e renda através dos recursos da floresta. 

A economia de base florestal é relevante não só para quem dela depende diretamente. Os benefícios indiretos gerados por este tipo de produção são revelados com o passar do tempo. É fato que o PAE Porto Dias apresenta uma das últimas áreas de florestas do município de Acrelândia, demonstrando a importância de uma gestão sustentável da floresta. O manejo florestal nesta localidade é certificado – selo FSC – e seus manejadores cooperados da Cooperfloresta.

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