A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

Núcleo Capitania das Fibras


Com a fibra da bananeira e sua madeira os moradores da pequena cidade de Capitão Enéas produzem diversas peças decorativas.

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Sobre as criações

Com a fibra da bananeira e sua madeira os moradores da pequena cidade de Capitão Enéas produzem peças decorativas. Os artesãos começam pelo corte da bananeira, separam as fibras que são lavadas com vinagre. Após a secagem, a palha fica pronta para ser trançada. Outro processo usado é o de fervura da fibra que depois de triturada se torna uma polpa. Os artesãos moldam essa massa dando forma a peças únicas, como o casulo de marimbondo que tem sido utilizado como luminária. O grupo ainda trabalha com a técnica do entalhe, criando peças que imitam diferentes frutas, como jaca, banana, manga, caju, entre muitas outras. A madeira utilizada é de demolição, ou troncos de árvores mortas. Assim, com essas três técnicas sustentáveis, os artesãos produzem baús, descansos de panela, cestos, caixas, entre outros.

Sobre quem cria

O grupo Capitania das Fibras é formado por cerca de doze pessoas e faz parte da Associação dos Artesãos de Capitão Enéas. O nome da Associação e do Núcleo das Fibras explicita a inspiração na história da cidade presente em várias peças, como é o caso das caixas baús, utilizadas no transporte de mercadorias, no contexto da construção da estrada férrea. O trabalho com a fibra da bananeira é resultado de um curso feito com o SENAR MINAS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional de Minas Gerais). Em 2013, o grupo começou a participar do programa Sebrae de Artesanato o que trouxe mais ferramentas de gestão, design e aprimoramento das técnicas utilizadas. Os produtos ganharam mais visibilidade e o grupo foi inserido em diversas feiras, como a Paralela Gift, em São Paulo.

Sobre o território

A história da cidade de Capitão Enéas começa com a história do município de Francisco Sá ao qual esteve vinculada enquanto distrito, até 1962, quando se emancipou. Francisco Sá surgiu com a expedição organizada pelo capitão Antônio Gonçalves Figueira. Ao chegar a um lugar próximo à Serra Catuni, a expedição fez acampamento e batizou o local de Cruz das Almas das Caatingas do Rio Verde, por inspiração do dia de Finados.

Por volta de 1930, chegou na região um grande empreendedor pernambucano, capitão Enéas Mineiro de Souza, que abraçou o desafio de construir alguns trechos ferroviários para a Estrada de Ferro Central do Brasil de Minas Gerais que ligaria São Paulo à Bahia. Enéas ocupou uma grande extensão de terra e fundou a Fazenda Burarama que logo se expandiu com a implementação de diversos negócios como serraria, algodoeira, matadouro, entre outros. O crescimento econômico atraiu famílias que se estabeleceram na região, nascendo assim o povoado de Burarama de Minas que mais tarde se emanciparia enquanto município de Capitão Enéas.

A cidade encontra-se na região norte de Minas Gerais e integra a bacia hidrográfica do Rio Verde Grande que, por sua vez, faz parte da bacia do Rio São Francisco. A vegetação predominante é a “Caatinga Alta”, característica da região norte mineira, cujos solos são mais argilosos, além da “Caatinga Arbustiva”, mais densa, predominante nas áreas planas e com cursos d’água temporários. As áreas de mata nativa entretanto, compõem atualmente menos de ¼ da área do norte mineiro. A maior parte da mata foi derrubada pelas madeireiras, no século XX, em função da construção da malha ferroviária. Mais da metade da área da região é hoje de pastagem, devido à atividade econômica da bovinocultura extensiva na região. Outra parte do solo deu lugar às plantações de pínus e eucalipto. Assim, a maior parte das Bacia do Rio Verde Grande e do Rio São Francisco encontram-se ocupada com pastagens, muitas delas altamente degradadas.

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