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Sobre as criações
Célio Sousa transforma móveis e outros pedaços de madeira que encontra pelas ruas e calçadas de Fortaleza em esculturas multicoloridas e cheias de detalhes, que exploram a relação entre formas humanas e da natureza.
Para criar os diferentes efeitos na pintura, utiliza tinta acrílica e PVA com toda a sorte de ferramentas, como pincéis, esponja, palito de churrasco, escova de dente, entre outras.
Célio não faz riscos, esboços ou planejamento. Cria a obra diretamente com o formão: “do jeito que a madeira vem, vou fazendo, a imagem vai aparecendo na hora”. Por isso as peças sempre são únicas.
Diz que a pintura nunca acaba, sempre tem algo para ser feito: “enquanto a escultura não for vendida, ela ainda não está terminada e sempre vou mudando algum detalhe”.
Sobre quem cria
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Célio Freire de Sousa cresceu em Pirambu, um bairro periférico de Fortaleza. Era vizinho do pintor naif Chico da Silva. Do seu quintal, observava curioso a movimentação de visitantes na casa do artista. Quando tinha 16 anos, frequentava as oficinas e lojas de artesãos e artistas em um polo cultural criado pelo governo próximo à casa de Chico da Silva. Gostava em especial de ajudar o artista João Calado, que trabalhava com couro.
João Calado foi o primeiro a notar as habilidades artísticas de Célio, que tinha jeito para o entalhe. Ao vê-lo fazer uma escultura com um cabo de vassoura, João deu-lhe um jogo de formões que tinha guardado e o estimulou a continuar. Célio aprendeu a esculpir sozinho, na prática. A pintura só veio 10 anos depois, inspirado pelas obras de artistas populares. Mesmo tardia, sua pintura recupera a memória das cores de Chico da Silva e de outros artistas que pintavam em Pirambu.
Célio começou a viver inteiramente de sua arte há cerca de 5 anos, estimulado pelo filho, que criou um perfil para o pai em uma rede social para divulgar seu trabalho. Até então, fazia de tudo um pouco: foi sapateiro e consertava eletrodomésticos. Também é brinquedista, ofício que aprendeu com Zezito, Dim Brinquedim e outros mestres.
Sobre o território
A cidade de Fortaleza se tornou a capital do Ceará em 1799 com o declínio da pecuária, principal atividade econômica do estado até então. Com o início da cultura do algodão, que era exportado para Europa para atender às fábricas na Revolução Industrial, Fortaleza viveu um grande período de desenvolvimento urbano. Com a riqueza trazida pelo cultivo da fibra, novos equipamentos foram construídos, como pontes, faróis, sistemas de abastecimento de água, jornais, fábricas e hospitais. Além da arquitetura, a produção intelectual e a cultura também se beneficiaram com a riqueza florescente.
Fortaleza tem um importante cenário cultural. Seu folclore é rico e remonta a diferentes povos que ocuparam a região, com manifestações como o bumba meu boi, a dança de coco e o maracatu de baque virado. Também possui inúmeros museus, teatros e centros culturais. Nos últimos anos têm surgido várias galerias, que fomentam a produção de artistas locais e projetam a cidade como um polo artístico do Brasil.
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