Crivo de Távora – Cooperativa Mista Agro-Artesanal de Juarez Távora
Na cooperativa Crivo de Távora reúnem-se cerca de 20 mulheres que fazem do Labirinto, trabalho no limiar entre a renda e o bordado, mais do que uma fonte de renda. De tão representativo, a técnica se tornou um traço da identidade cultural e histórica do território.
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Sobre as criações
O Labirinto é um trabalho de agulha que fica no limiar entre renda e bordado – isso porque ainda utiliza a estrutura do tecido, como um bordado, porém seu ornado resultado final assemelha-se a uma renda.
Pouco se sabe sobre sua “origem”, porém habita as terras de Ingá desde os tempos que a memória alcança. Os relatos das labirinteiras puxam lembranças de suas mães e avós envoltas nas linhas e lida do cotidiano. A técnica e os padrões remetem aos trabalhos de origem europeia que, ao longo das décadas em território paraibano, tornou-se única.
Para trabalhar com o labirinto é preciso, antes de mais nada, de um tecido que desfie bem. Sobre a base é feito o risco, com auxílio de uma carretilha e lápis. Depois, inicia-se a etapa do “desfiamento”, quando, com auxílio da agulha e da navalha, os fios são contados, puxados e cortados até que do pano sobre somente parte de sua estrutura. Sobre os fios restantes, o “enchimento” é feito com agulha e linha e tecido, formando padrões rebuscados, como ramos e flores. Depois é hora de “torcer” e “perfilar” para que o desenho fique completo.
Sobre quem cria
O bordado labirinto é presente no Semiárido Paraibano há pelo menos 3 gerações e lá as histórias repetem-se na fala das labirinteiras, que dizem ter aprendido o ofício por volta dos oito, dez anos com as mães. Os saberes que transpassam os anos contam nos gestos, laçadas que se dão com linha e agulha, tanto do cotidiano e das vidas envolvidas.
A Cooperativa Mista Agro-Artesanal de Juarez Távora conta hoje com 20 artesãs, mas na cidade há pelo menos 400 mulheres que trabalham com a técnica do labirinto. Já desenvolveram coleções com designers como Ronaldo Fraga e Renato Imbroisi, tendo comercializado suas peças em feiras especializadas, lojas nas principais capitais e até mesmo na Itália. As artesãs, que são também agricultoras, cuidam da casa e do roçado. São mulheres que encontraram no desfiar e bordar fonte de renda complementar à produção agrícola de subsistência.
Sobre o território
No final da década XIX o pequeno povoado conhecido então como Água Doce começou a se formar e fortaleceu-se no cultivo e beneficiamento do algodão. Até 1959, permanece no distrito de Alagoa Grande e em 1960 teve sua emancipação como município.
Com pouco mais de 8 mil habitantes, Juarez Távora é conhecida como Terra do Labirinto pela representatividade do artesanato local. Além de fonte de renda, o labirinto constitui a identidade cultural e histórica da localidade, uma vez que enreda em laços afetivos o envolvimento com o trabalho, a formação e sustento de famílias, a valorização da cultura e memória local. Foi através do trabalho que muitas mulheres sustentaram a casa, vendo crescer a família.