A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

AMAP – Associação Mulheres Artesãs de Passira


As artesãs da AMAP, com a ajuda da ponta da agulha, desfiam o tecido, contando fios para a construção dos padrões. É com o crivo, técnica tradicional de bordado, herdada dos portugueses, que enfeitam toalhas, lençóis, lenços e roupas, saídas da Terra dos Bordados.

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Contato Luzinete Maria Da Silva
Av. Sebastião Nery de Almeida, CEP 55650-000, Passira – PE

A Artesol não intermedeia relações estabelecidas por meio desta plataforma, sendo de exclusiva responsabilidade dos envolvidos o atendimento da legislação aplicável à defesa do consumidor.

Sobre as criações

O fino linho estende-se pela história delas, também das mães e das filhas. Com a ajuda da ponta da agulha, desfia-se o tecido, contando fios para a construção dos padrões. É o crivo, técnica tradicional de bordado, herdada dos portugueses, que enfeita toalhas, lençóis, lenços e roupas, saídas da Terra dos Bordados. Além do crivo, pontos matizados colorem flores e laços, padrões tradicionais da região. O bordado é uma técnica de agulha aplicada sobre superfície têxtil como forma de adorno. Cada bordadeira imprime personalidade aos padrões, na íntima relação cotidiana com o trabalho.

O primeiro passo do bordado é passar o risco do papel para o tecido. Em Passira, a técnica utilizada consiste em perfurar o papel vegetal em todo o contorno do desenho, sobrepor ao tecido e com anil imprimir o desenho. Depois inicia-se a escolha de cores e pontos que preencherão o padrão. Os pontos mais populares na região são o cheio, matiz, atrás, corrente, crivo e matame.

Crédito da foto: Julio Ledo

Sobre quem cria

A AMAP conta hoje com 50 associadas. Além de gerir a produção, a Associação promove cursos na área rural do município a fim de capacitar futuras bordadeiras e bordadeiros.

Os bordados produzidos em Passira ganharam destaque nacional com o desfile do estilista Ronaldo Fraga, “Turista Aprendiz”, no ano de 2010. Em 2014, através de financiamento coletivo com projeto Bordados de Passira, passaram por um aperfeiçoamento na prática do bordado e capacitação para confecção de vestuário, aprendendo desenho, modelagem e costura.

Os bordados de Passira são carregados de história e tradição, mas também inovam em suas possibilidades técnicas a partir da demanda local ou externa. Novos pontos são criados pelas bordadeiras, sempre atentas não só às necessidades do mercado, mas também ao que o material possibilita; à imaginação que escapa na repetição de pontos.

“As bordadeiras de Passira
Fazem os trabalhos caprichados
Com produtos garantidos
Bonitos e qualificados
Passira tem outra vida
Está muito conhecida
Como a terra dos bordados.

Tiago Ramos da Silva, Poeta Popular

Sobre o território

“Acordar suave”, é o que a etimologia de origem Tupi segreda sobre a Serra de Passira, relevo que acaba por denominar a cidade. A 79 quilômetros da capital Recife, a cidade localiza-se no Agreste Pernambucano e é conhecida com Terra do Bordado Manual.

Antes pertencente ao município de Limoeiro, o território no semiárido elevou-se a categoria de cidade a partir de 1963. Porém, conta-se que a origem do bordado na região data antes mesmo de sua emancipação. Com os trabalhos de freiras franciscanas da Obra Social Santa Isabel – OSSI, em 1951 houve a introdução da técnica como ocupação e fonte de renda. Em 1964, a Cooperativa de Produção Artesanal e Industrial de Limoeiro Ltda. – COOPARMIL. Ainda que criada no mesmo ano em que Passira emancipou-se, a Cooperativa era responsável por organizar e distribuir as encomendas na região. Dessa maneira, mesmo após a fundação da Cooperativa Mista das Bordadeiras de Passira – COMIB – algumas bordadeiras mantiveram o vínculo passado.

Mas foi a partir da década de 80, com maior incentivo do poder público, municipal e estadual, que a atividade consolidou-se como símbolo de identidade local. Em 2008 é instituído outro grupo de cooperativismo entre as bordadeiras passirenses, a Associação das Mulheres Artesãs de Passira – AMAP.  

Crédito da foto: Julio Ledo

Crédito das fotos: Julio Ledo

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