A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

Associação Cultural dos Mamulengueiros e Artesãos de Gloria do Goitá


De um pedaço de mulungu, madeira típica da região, e um retalho de tecido nasce o mamulengo, boneco marionete típico do nordeste brasileiro. Existem tradições de bonecos no mundo todo, e no Brasil se encontra o mamulengo que se tornou importante símbolo do patrimônio cultural pernambucano.

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Sobre as criações

Do mulungu nasce o mamulengo.
Só a mão bem molenga
é capaz de acompanhar a vida desses bonecos
cheios de causos…
E de personalidade!

RAQUEL LARA REZENDE

De um pedaço de mulungu, madeira típica da região, e um retalho de tecido nasce o mamulengo, boneco marionete típico do nordeste brasileiro. Existem tradições de bonecos no mundo todo, e no Brasil se encontra o mamulengo que se tornou importante símbolo do patrimônio cultural pernambucano. O nome faz alusão à mão molenga, ou mole, necessária para despertar a vida dos bonecos. Os mamulengos possuem um nome, uma vida e uma história que é representada pelo brincante. O mamulengueiro, assim, talha a madeira a partir da história de cada personagem, tendo o desafio de fazer com que os bonecos expressem em sua aparência e feição aquilo que são. Atrás dos pequenos palcos e ao som da música ao vivo, que produz o ambiente necessário para a incorporação do personagem, os brincantes manipulam os bonecos com suas mãos e desenrolam seus causos, tornando possível que a vida dos bonecos se manifeste.

Fotos de divulgação Artesol

Sobre quem cria

A atual Associação Cultural dos mamulengueiros e artesãos de Gloria do Goitá nasceu em 2000, fruto da ação da Artesol e a rede de parceiros envolvidos no projeto de revitalização da tradição do mamulengo na cidade. Até a década de 60, o mamulengo era presença obrigatória nas grandes festas públicas, o que ajudou a difundir a cultura pernambucana no cenário nacional. Nos anos 70 a tradição entrou em fase de decadência, com a morte de muitos mestres e a pouca entrada de novos brincantes. Glória de Goitá que era conhecida como a “cidade do mamulengo”, vivia esse período de esquecimento da brincadeira. Foram realizadas, então, oficinas em que os mestres mamulengueiros Zé Lopes e Zé Divina passavam seus saberes, retomando o movimento natural da tradição.

Os jovens que participaram dessas oficinas estão organizados, hoje, na Associação, onde se reúnem para a fabricação dos bonecos. Existem 3 categorias de associados: mamulengueiros (brincantes que dão vida aos bonecos), bonequeiros (artesãos que fabricam os bonecos) e fogazãos (músicos que tocam durante a apresentação do teatro).Os brincantes costumam dizer que a brincadeira vicia. Quanto mais se brinca com o mamulengo mais se tem vontade de brincar. Esse gosto pela brincadeira chegou também nas mulheres, que antes não brincavam, e hoje estão ocupando esse espaço como mamulengueiras. Na Associação, inclusive, o personagem principal, Mateus, foi substituído por uma persongame feminina, a Catirina, como forma de incluir as mulheres.

Sobre o território

Glória de Goitá está localizada no centro da zona da mata de Pernambuco, a 66 quilômetros de Recife. A região pertence à bacia hidrográfica do rio Capibaribe, um dos rios mais importantes do estado, e é banhada pelo rio Goitá e outros tantos riachos. Encontra-se, assim, entre o litoral e o agreste, paisagem onde os canaviais predominam e parecem contar um pouco da história do lugar, profundamente entrelaçada com a própria história do processo de colonização. Trata-se de uma região muito antiga que viveu seu apogeu no fim do século XVI e início do XVII, em função da produção da cana-de-açúcar.

Assim como tantas outras regiões do país, também na zona da mata pernambucana se vive a crise da agricultura familiar, resultado da crise hídrica, do avanço do agronegócio e do pouco incentivo público à zona rural. O esvaziamento da zona rural também impacta a atividade do mamulengo, assim como outras brincadeiras e festas populares, como o Cavalo Marinho, pois é ali que acontecem durante toda a noite, envolvendo toda a comunidade local. Na cidade, o mamulengo acontece principalmente nas festas da cidade e nas feiras que são importantes eventos semanais de comércio, trabalho e relações sociais.

Foto de divulgação Artesol

Fotos de divulgação Artesol

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