A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

Grupo de Mulheres de Sitio Volta e Sitio Caiçara


O Grupo de Mulheres de Sítio Volta e Sítio Caiçara é formado por 15 artesãs em atividade que trabalham com palha de Carnaúba produzindo peças utilitárias de tamanhos e usos diversos.

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Contato Raimundo Nonato
Rua Luiz Gomes Diniz, 337- São Francisco, CEP 62820-000, Itaiçaba – CE

Sobre as criações

Crédito da foto: Kiko Ferrite

O desenvolvimento de uma técnica inicia-se pela observação de mecanismos já existentes, e neste processo a natureza é reconhecida como fonte de inspiração para as maiores inovações humanas. Os trançados em fibras naturais são um grande patrimônio do nosso país, pois os conhecimentos contidos nos fazeres e usos desenvolvidos pelos povos originários são fundamentais para entendermos as tramas que os envolvem. 

Reconhecemos essa memória no trabalho com a carnaúba, palmeira abundante na região de Jaguaraúna CE. As técnicas de beneficiamento da fibra e trançado de suas palhas são ancestrais; memória dos antepassados é passada de geração em geração através da prática, do gesto, da palavra. 

A matéria prima utilizada é retirada do olho da carnaúba, parte central da folhagem, com uma taboca de 9 metros de altura, esse corte acontece de julho a dezembro. Sem o talo, as folhas são postas ao sol para secar por quatro dias e envoltas em pano úmido para manterem-se maleáveis. A fibra pode ser tingida com anilina das mais diversas cores, depois disso é riscada, ou seja, passa pelo processo de retirada do fino talo da folha e preparada para o trançado. Além do artesanato, das folhas da carnaúba também é retirado o pó que dá origem à cera, comercializada em todo país. 

A atualização das formas é constante e muito ligada aos diálogos com o mercado. Peças utilitárias ganham tamanhos e usos diferentes de acordo com os costumes do local onde estão inseridas. Assim surgem cestos, pãezeiras, fruteiras, bolsas, carteiras, jogos americanos, mobiliários, brinquedos etc. 

Sobre quem cria

Crédito da foto: Kiko Ferrite

O Grupo de Mulheres de Sítio Volta e Sítio Caiçara é formado por 15 artesãs em atividade. As mulheres que trabalhavam com artesanato confeccionado em palha de piaçava, produzindo vassouras e chapéus comercializados em todo o Brasil, tiveram no ano de 2018 uma oportunidade de aprimorar o trabalho e conquistar novos mercados. O projeto proposto pelo Grupo Ambev em parceria com o Museu A Casa realizou, durante o período de seis meses, resgate de técnicas locais e desenvolvimento de novos produtos, culminando em uma exposição em setembro do mesmo ano no Museu A Casa, em São Paulo. 

Sobre o território

Crédito da foto: Kiko Ferrite

No vale do Jaguaribe, a 193 km da capital Fortaleza, está o município de Jaguaruana, sede dos Sítios Volta e Caiçara. A paisagem é composta por incontáveis carnaubeiras, de muita relevância para a cultura local. É das palmeiras que provém o sustento de inúmeras famílias da região que têm o artesanato ou beneficiamento da cera como principais atividades econômicas. 

No semiárido cearense a população passa por longos períodos de estiagem, sofrendo com a seca. Em 2017 a comunidade foi beneficiada com um projeto da Ambev, que reverteu todos os lucros da venda da água AMA para gerar acesso à água. No Ceará, em parceria com Sistema Integrado de Saneamento Rural (SISAR) e a CAGECE, empresa de abastecimento do Estado, o programa instalou poços para o fornecimento de água nos Sítios Volta e Caiçara.

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