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Sobre as criações
Jan Araújo cria personagens e cenas de um mundo nordestino mágico e que encanta a imaginação. Modela em argila esculturas, painéis, vasos, bandeirolas e outros objetos, inspirando-se em temas sagrados e populares.
As peças são ornamentadas com desenhos elaborados em tons pastéis e ricos em texturas, onde aparecem plantas, animais, bandeirinhas, casinhas e outros elementos. Depois de pintá-las com corantes minerais, vão ao forno para queima à 850°C.
Fotos de divulgação Artesol
Sobre quem cria
Janshid Aquino Chaves de Araújo é filho do mestre artesão Jotacê. Acompanhou bem de perto o trabalho do pai e desde muito novo o ajudava, pintando seus trabalhos. Com ele também aprendeu a dar forma e cores ao barro e aos quinze anos vendeu sua primeira obra.
Mudou-se para várias cidades, casou, teve trabalhos diferentes e com dificuldades continuava produzindo algumas poucas peças. Quando morava em Feira de Santana e trabalhava em uma imobiliária, ouviu do chefe que ele deveria fazer o que gostava, mesmo que não desse dinheiro.
Motivado, Jan tentou dar um fôlego novo a sua produção. Com dificuldades para encontrar argila de boa qualidade e um forno, dedicou-se a modelar suas peças. Também enfrentou o preconceito de vizinhos. Os desafios eram tantos que pensou em desistir. Até que um dia foi convidado a ir a uma rodada de negócios no lugar do pai e do irmão e, determinado, disse para si mesmo que era a última tentativa de fazer seu negócio dar certo. No evento, suas peças foram muito elogiadas. Conheceu um lojista que se encantou por seu trabalho, deu dicas de melhora do acabamento e fez várias encomendas. Haviam chegado, finalmente, bons ventos de mudança.
As peças de Jan Araújo são conhecidas em todo o Brasil e já apareceram em várias novelas da Rede Globo. Na novela Saramandaia, de 2013, ele criou a simpática imagem do “Santo Dias”, que ficava na Igreja de Bole-Bole.
Sobre o território
Localizada na Chapada Diamantina, Lençóis é um município baiano que fica a 420 km da capital Salvador. Surgiu na metade do século XIX, com a descoberta de jazidas de diamantes nos rios da região. Com o espalhamento da notícia do descobrimento, muitos garimpeiros se deslocaram para as novas Lavras Diamantinas.
Como não havia, na região, material de construção suficiente para todos que chegavam em tão pouco tempo, muitos passaram a morar em cabanas feitas com panos de algodão grosso branco, usado para fazer as roupas dos garimpeiros. O local ficou conhecido, então, como Vila dos Lençóis, até ser elevada à categoria de cidade em 1864.
No final do século XX, Lençóis passou por uma grave crise financeira devido ao esgotamento das lavras de diamante. A partir da movimentação de alguns de seus moradores, a cidade foi tombada pelo IPHAN em 1973, abrindo as portas para o desenvolvimento do turismo, principal atividade econômica do município na atualidade. Além do patrimônio histórico, os visitantes podem conhecer belas cachoeiras, grutas e outras belezas naturais.
