A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

João Borges 


TimonMA

João Borges recria no barro a sutileza de pequenos momentos cotidianos com uma poética que impressiona e comove.

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Timon – MA

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Sobre as criações

As esculturas de João Borges são reconhecidas pelo impressionante realismo. As expressões das faces, as dobras e as texturas dos tecidos das roupas são muito expressivas e possuem uma atmosfera poética. Curiosamente, João não usa tintas, mantendo a cor e a textura do próprio barro. Ainda que representem pessoas que parecem muito reais, as obras lembram constantemente o observador do que são feitas – e é impossível não pensar nas histórias e mitologias – até mesmo bíblica – que contam que o homem foi feito do barro. 

O humano é sua principal inspiração, pois pequenas ações cotidianas são retratadas pelo artista: um casal de idosos deitados na cama, um homem esperando o ônibus, uma conversa na janela, uma mulher lendo… Com esse olhar para as miudezas, momentos efêmeros, João Borges torna-se um cronista do cotidiano. Propõe, com suas obras, que o indivíduo se veja e veja o outro, que perceba a riqueza do momento. Ao capturar as cenas do cotidiano, João quer atribuir poesia a esses momentos. Por isso, é entendido como um cronista dos momentos cotidianos por alguns críticos. 

Sobre quem cria

João de Oliveira Borges Leal nasceu em Teresina, Piauí, mas cresceu e vive em Timon, município do estado do Maranhão. Desde criança via seus primos trabalharem fazendo tijolos e telhas e, por isso, teve contato com o barro ainda muito jovem. Com a matéria-prima farta, que se acumulava aos montes no entorno das olarias, João inventava brincadeiras de modelar o barro com seus amigos. 

Sempre foi apaixonado por arte, mas, a princípio, gostava mesmo de desenhar e pintar. Na adolescência, quando podia, ia para a biblioteca para folhear livros de pintura, pois amava ver e viajar nas cores e formas das pinturas. Ganhou uma paleta de tinta guache de um amigo com 14 anos e começou a pintar, passando também para a tinta a óleo. 

Movido pela curiosidade, decidiu experimentar a argila novamente e fez um busto. Ficou surpreso consigo mesmo, com sua habilidade de criar com esse material. Levou o busto para o Centro de Artesanato Raimundo Nonato de Sousa, onde conheceu o artista plástico Nonato Oliveira, que o convidou para trabalhar em um ateliê. Nonato Oliveira organizou uma exposição dedicada ao trabalho de João Borges e uma de suas peças foi presenteada a um político importante de São Luís, aumentando a projeção de seu trabalho. 

João Borges participou de várias exposições, coletivas e individuais e suas peças são adquiridas principalmente por colecionadores. 

Crédito da foto: Theo Grahl

Sobre o território

A cidade de Timon pertence ao estado do Maranhão, mas faz fronteira com Teresina, capital do Piauí, e são separadas pelo rio Parnaíba. A economia do município é centrada principalmente na agricultura de subsistência e em pequenos serviços. Também há olarias que produzem principalmente tijolos e telhas, devido às características da região que a tornam rica em solos argilosos. 

Na produção artesanal, destaca-se a confecção tradicional de pilões de madeira no torno, muito utilizado para a preparação da paçoca com carne seca, comida típica da região. Em 2015, João foi convidado a criar uma escultura em homenagem aos artesãos pilãozeiros da cidade de Timon. A obra “O Pilãozeiro” está exposta na Avenida Francisco Carlos Janse e foi feita de ferro e concreto. Para criar a obra, João estudou em detalhes a gestualidade dos artesãos. 

Crédito das fotos: Theo Grahl

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