A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

Kleber da Silva


A criação sempre permeou a vida de Kleber, que antes de se perceber artesão, trabalhava como pedreiro. A habilidade com as mãos e o olhar atencioso para o tempo e seus acontecimentos, acabou levando-o a descobrir a sua afinidade com a madeira.

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Sobre as criações

A criação sempre permeou a vida de Kleber, que antes de se perceber artesão, trabalhava como pedreiro. A habilidade com as mãos e o olhar atencioso para o tempo e seus acontecimentos, acabou levando-o a descobrir a sua afinidade com a madeira. Segundo Kleber, tudo começou na rua da sua casa, considerada a pior do bairro, observando um buraco deixado pela prefeitura, onde estavam acontecendo alguns acidentes.

Percebendo o perigo iminente para os transeuntes, Kleber colocou alguns galhos para sinalizar. O tempo passou e com a deterioração dos galhos decidiu colocar o tronco de um abacateiro que havia podado em casa. Olhou o tronco e imaginou um boneco.

Os vizinhos gostaram, começaram a comentar. Kleber observou que ele estava muito sozinho e decidiu fazer uma namorada. Depois encontrou um capacete e pensou: “eles poderiam ter um filho”. Alguns meses de gestação passaram e criou-se uma família. A prefeitura soube da repercussão e terminou por tapar o buraco da rua.

Desse dia em diante Kleber não deixou de criar e trabalhar com a madeira. Sempre utilizando árvores já tombadas, reaproveitando madeiras de lei que encontra na rua, Kleber constrói peças únicas e inusitadas, que surgem do contato com a matéria-prima.

Kleber da Silva / Crédito das fotos: Divulgação

Sobre quem cria

Nascido e criado em Divinópolis, trabalhou muitos anos como pedreiro, mas foi na madeira que encontrou sentido e espaço para criar e se expressar. Segundo ele, no início: “Eram uns bonecos meio atrapalhados, não tinha rosto, não tinha nada”.

Mas foi no processo instintivo da imaginação que começou a dedicar parte do seu tempo ao contato com a madeira.

“Parece que quando você começa a trabalhar com a coisa, fica querendo melhorar. Parece que a própria madeira ensina a gente a trabalhar”.

Kleber da Silva

Kleber da Silva / Crédito das fotos: Divulgação

É nessa energia de troca com a matéria-prima que Kleber desenvolve suas obras.

Não projeta, nem planeja o que irá ser feito, apenas leva a madeira para casa e deixa que suas mãos e mente sejam guiados pelo momento presente.

“Na hora que eu sinto que acabou, acabou”.

Kleber da Silva

Segundo ele, o formato é o mesmo desde o início, não gosta de usar lixa, nem fazer muitos acabamentos, gosta da madeira rústica. Para ele, quanto mais danificada melhor.

Sobre o território

Divinópolis está localizada na Mesorregião do Oeste de Minas a 120 km da capital Belo Horizonte, zona metalúrgica e também conhecida como importante polo de moda do estado devido ao alto índice de indústrias têxteis na região, sendo os principais impulsionadores da economia local. Com aproximadamente 241 mil habitantes, o município é o mais populoso do oeste de Minas e o 12º mais populoso do estado. A paisagem do município é de serras e morros e a vegetação predominante é a do cerrado, sendo cortada por dois rios: Pará e Itapecerica.

A relação com o território faz parte do processo criativo de Kleber. Sua casa em Divinópolis se tornou ponto de referência no bairro desde os primeiros bonecos criados para sinalizar o buraco deixado pela prefeitura na rua. Desde a criação da família que animou o imaginário local, os vizinhos e amigos sinalizam quando observam alguma árvore tombada ou quando realizam podas em suas casas. Sabem que, o que para eles seria lixo ou lenha, nas mãos de Kleber torna-se arte.

Segundo ele, nunca precisou cortar uma árvore. Quando precisa de madeira, sai para caminhar nas redondezas e em terrenos e fazendas próximas, consegue autorização e doação para utilizar as madeiras mortas encontradas. Ele também diz que não gosta de trabalhar com madeira macia, prefere madeiras duras e de qualidade, como as madeiras de lei, pois não pegam cupins com facilidade.

Confessa que seu maior desejo é viver de suas criações, mas que sua relação com a madeira vai além do sustentar-se. É uma relação de amor. Não se imagina deixando de criar, pois é diante de troncos e madeiras recicladas que expande sua mente.

Kleber confessa que ainda encontra dificuldade de vender seus trabalhos em Divinópolis, cidade onde fica sua casa-ateliê, mas já teve seus trabalhos expostos no Palácio das Artes, em galerias de Belo Horizonte, São Paulo, na Expo Minas e sempre aparecem galeristas interessados nas suas criações.

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