A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

Associação Comunitária das Mulheres Produtoras de Camalaú


Fundada em 2001, a associação reúne cerca de 50 artesãs que produzem primorosas peças de vestuário, cama e mesa com a renda renascença, patrimônio cultural paraibano.

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Sobre as criações

As rendas possuem a beleza da flor de mandacaru e como ela também é símbolo de resistência, força e riqueza. As rendeiras são as protagonistas desse fazer que exige delicadeza e precisão no manejo da agulha. Com a linha e o lacê, a renda embeleza o sertão e a vida dos sertanejos, tecendo a história de um e de outro, as enlaçando em uma trama cheia de encantos.

O lacê é uma fita fina que sustenta a trama tecida com os pontos que entrelaçam os fios, sobre um desenho de papel que é apoiado em uma almofada de tecido. Brincando de combinar os diferentes pontos, como dois amarrados, pipoca, abacaxi, sianinha, traça, entre outros, as rendeiras transformam fios de algodão em vestidos, toalhas, brincos e muitas outras peças de renda exclusivas. A tradição da renda Renascença é reconhecida como importante Patrimônio Cultural. Há quase um século é passada de geração em geração, resistindo como uma das marcas culturais mais significativas na região do Cariri paraibano.

Mãos de uma artesã produzindo uma renda / Crédito da foto: Helena Kussik

Sobre quem cria

A Associação Comunitária das Mulheres Produtoras de Camalaú foi fundada no ano de 2001 e é resultado de consultorias realizadas pelo projeto Cooperar, do governo estadual. Essa ação foi pensada após o programa de desenvolvimento da renda renascença Rendas do Cariri, realizado entre 1998 e 2000, por algumas prefeituras municipais da Paraíba, a OSCIP Para’iwa e o Sebrae. O objetivo foi implantar Oficinas escolas de Rendeiras, em Monteiro, Camalaú, Zabelê e São João do Tigre. Nestas oficinas, trabalhou-se com jovens entre 12 a 18 anos, a partir das memórias de ofícios de rendeiras da região. Além de passar o conhecimento, as oficinas também foram um lugar de pesquisa, onde foram identificadas mais de 60 tipos de pontos de renda renascença.

Dessa forma, a partir do ano 2000, principalmente, a atividade começou a ser valorizada pelo seu potencial econômico e cultural, tornando- se uma atração para o crescimento do turismo. Atualmente, a associação funciona em sede própria, construída em 2005, em um terreno cedido pelo município, com recursos do Banco Mundial. Possui ainda uma loja, onde se expõem peças para comercialização. A Associação conta hoje com mais de 50 artesãs associadas e já criou e produziu ao lado de designers de renome nacional.

Artesãs associadas / Crédito da foto: Helena Kussik

Sobre o território

Camalaú é um município brasileiro do estado da Paraíba, que fica na microrregião do Cariri Ocidental. De clima semiárido, enfrenta longos períodos de estiagem, o que acaba por afetar o rendimento proveniente de suas principais atividades econômicas da região, que consistem em agropecuária e extrativismo. Por conta disso, a renda renascença ganhou espaço como atividade econômica há algumas décadas.

Com pouco mais de 7.000 habitantes, o município era integrado à Monteiro até o ano de 1961, data de sua emancipação. Seu território antigo era antes habitado por povos indígenas e no início do século XIX contou com a chegada dos colonizadores portugueses.

No ano de 2017, enfrentando uma das maiores crises hídricas que se estendia por mais de 6 anos, as águas da transposição do Rio São Francisco chegaram ao açude de Camalaú. A corrente trouxe consigo esperança e orgulho para os habitantes, que fizeram do terreno que circunda o trecho do rio principal, local de lazer do município.

Paisagem da cidade de Camalaú / Crédito da foto: Helena Kussik

Crédito das fotos: Helena Kussik

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