A Rede Artesol - Artesanato do Brasil é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

NACIB – Núcleo de Arte E Cultura Indígena de Barcelos


O Núcleo reúne indígenas das etnias Baré, Baniwa, Tariano, Tukano e Tuyuca produzindo seu artesanato a partir das técnicas tradicionais do trançado e do entalhe.

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Sobre as criações

Com a fibra de piaçaba, cipó-titica, cipó-uambé e arumã, sementes naturais e madeira, o núcleo que reúne indígenas das etnias Baré, Baniwa, Tariano, Tukano e Tuyuca produz seu artesanato com as técnicas tradicionais do trançado e do entalhe. A diversidade de produtos encanta, reunindo desde biojóia e cestaria, até peças decorativas e utilitárias, como bancos, barcos em miniatura, abanos, bolsas, entre outros.

A maior parte da matéria prima é extraída no Rio Negro e seus afluentes Padauiri e Aracá. O manejo é realizado através dos conhecimentos milenares indígenas que ensinam a trabalhar de forma sustentável. A extração é apenas o primeiro passo do longo processo de preparação da fibra usada nos trançados. No caso da fibra da piaçaba, ela é lavada até que fique bem limpa, enquanto que o cipó-titica é queimado no fogo e descascado. Depois dessa preparação, são separadas as fibras que serão utilizadas para confecção de cestarias e as que darão forma às biojóias.

Crédito das fotos: Filipe Abreu

Sobre quem cria

Crédito da foto: Filipe Abreu

NACIB nasceu em 2012, a partir da reunião de alguns indígenas que desejavam criar um núcleo para promover atividades voltadas para a geração de renda. A ideia era de representar os artesãos e os agricultores indígenas, além de buscar parceiros, meios de inserção no mercado e de divulgação dos trabalhos, o que também é uma forma de lutar pela valorização das culturas tradicionais indígenas.

As comunidades são unidades residenciais geralmente mais afastadas dos núcleos urbanos. Possuem escola, posto de saúde, centro comunitário e por vezes uma capela católica ou evangélica. Antes da associação, os artesões indígenas, de forma geral, produziam sem orientação quanto às práticas de mercado, sofrendo muitas vezes com a exploração dos compradores que pagavam um preço muito abaixo do que seria justo. Após a organização associativa, o processo de produção ficou mais justo e os artesãos e artesãs se encontram melhores capacitados. O Núcleo, hoje, reúne vários grupos culturais e artesanais indígenas de Barcelos.

o NACIB hoje se tornou um modelo de referência para outros grupos, sendo convidado pela Funai e pelo Sebrae para compartilhar seus saberes em outras regiões do Amazonas.

Sobre o território

Crédito da foto: Filipe Abreu

A cidade de Barcelos foi  fundada em 1728 e está inserida na região noroeste da Amazônia, conhecida como Médio Rio Negro. O município faz parte do Corredor Central da Amazônia pelo baixo índice de desmatamento, constituindo um dos mais importantes corredores de biodiversidade do Brasil. O cuidado com as riquezas tão únicas do Rio Negro inclui o bem-viver das comunidades indígenas e ribeirinhas que lá moram há tanto tempo. Seu conhecimento e as práticas de manejo dos recursos das matas e dos rios formam um precioso bem patrimonial.

Desde o período da colonização inúmeras etnias indígenas do Alto e Médio Rio Negro passaram por processos de migração forçada ou espontânea para o Baixo Rio Negro. No final do século XIX, com o ciclo da borracha, além dos indígenas, a região recebeu também muitos migrantes nordestinos em busca de trabalho. Nas últimas três décadas, a migração indígena para Barcelos se intensificou, o que fez com que o papel dos ativistas indígenas da Associação Indígena de Barcelos (ASIBA) tivesse ainda mais importância. Os ativistas agem com o propósito de tomar as rédeas de seu futuro e de seus povos, o que só é possível através da reivindicação do reconhecimento de sua ancestralidade.

A formação de associações e cooperativas tem sido, nesse sentido, uma importante iniciativa que luta para que esses saberes sejam reconhecidos enquanto um modo eficiente, coerente e ético de habitar a floresta amazônica e de se relacionar com ela. Hoje, as principais atividades econômicas desenvolvidas pelas comunidades indígenas de Barcelos são a agricultura e o artesanato, por vezes complementadas com a atividade extrativista.

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