A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

Lucineide da Silva Garrido


A bacaba é uma palmeira nativa da floresta amazônica que produz cachos de frutos muito parecidos com o açaí. As fibras da bacaba, normalmente descartadas, hoje são fonte de renda para várias famílias, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da comunidade e para a preservação da floresta amazônica.

Mostrar contatos

AbrirFechar

Os contatos devem ser feitos preferencialmente via Whatsapp.

Telefone (92) 99499-3163
Contato Lucineide da Silva Garrido
Comunidade do Tumbira, Manaus – AM

A Artesol não intermedeia relações estabelecidas por meio desta plataforma, sendo de exclusiva responsabilidade dos envolvidos o atendimento da legislação aplicável à defesa do consumidor.

Sobre as criações

Iranduba, AM – 12.06.2019 – Visita à comunidade Tumbira, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentavel do Rio Negro, no municipio de Iranduba, onde ribeirinhos do grupo Entrelaçando Gerações produzem artesanato, que é vendido para todo o Brasil por meio do projeto Jirau da Floresta, uma parceria da Fundação Amazonas Sustentável e a americanas.com, que passou a comercializar peças de artesanato produzidas por indígenas e ribeirinhos em Unidades de Conservação do Amazonas / Crédito da foto: Bruno Kelly/FAS.

Crédito das fotos: Bruno Kelly

A bacaba (Oenocarpus bacaba) é uma palmeira nativa da floresta amazônica que produz cachos de frutos muito parecidos com o açaí. De agosto a dezembro, coletores da comunidade do Tumbira, localizada às margens do Rio Negro, sobem nos pés de bacaba para colher os cachos dos frutos. Com a polpa fazem o tradicional “vinho de bacaba”, um alimento tradicional da região.

Os cachos se tornaram matéria-prima valiosa nas mãos de Neide Garrido. Depois de lavados, os “ramos”, ou sarilhos, são cortados com facão e alicate e secam por 15 dias. As fibras da bacaba, normalmente descartadas, hoje são fonte de renda para várias famílias, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da comunidade e para a preservação da floresta amazônica.

Diferentes técnicas de trançado e teçume dão origem a mais de 50 produtos decorativos e de uso pessoal, como cestos, leques, mandalas, sousplats, jogos americanos e bolsas. Fibras de bananeira e de tucumã, sementes de açaí e cipós também são utilizados, podendo receber tingimentos naturais feitos com plantas da floresta, como o crajiru.

Sobre quem cria

Crédito da foto: Bruno Kelly/FAS

Lucineide da Silva Garrido nasceu e cresceu na comunidade do Tumbira. Seu pai era carpinteiro naval e sua mãe se dedicava a cuidar da família, de oito filhos. Com a mãe aprendeu a costurar e a bordar. É artesã há muitos anos, mas a ideia de trabalhar com o teçume das fibras de bacaba surgiu a partir da necessidade e de sua engenhosidade.

Com a criação da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Negro em 2008 e a proibição da derrubada de árvores para a extração de madeira, o marido de Neide, que era madeireiro, ficou sem emprego. Vendo a principal fonte de renda de sua família desaparecer, Neide percebeu que os turistas que visitavam a Reserva queriam comprar artesanato. Para atender a demanda, começou a fazer testes com diferentes tipos de fibras. Constatou que as de açaí eram pouco resistentes e se quebravam, mas logo descobriu os sarilhos da bacaba.

Com o apoio da Fundação Amazônia Sustentável – FAS, Neide desenvolveu seu próprio negócio. Para atender às demandas cada vez maiores, seu marido e mais duas familiares trabalham como ajudantes fixos na produção artesanal. Além do núcleo familiar, outras 19 pessoas trabalham direta ou indiretamente com Neide. Essas pessoas recebem pagamentos semanais, independentemente se há vendas ou não.

A maioria das mulheres do Tumbira são donas de casa, já que é muito difícil encontrar emprego na região. Por isso, Neide orgulha-se de ter criado um negócio que mantém a floresta em pé, gera renda e autonomia para as mulheres de sua comunidade.

Sobre o território

Crédito da foto: Bruno Kelly/FAS

A comunidade do Tumbira está localizada às margens do Rio Negro, no município de Iranduba. Fica a 74 quilômetros de Manaus e o acesso é feito somente de barco. Faz parte da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Negro, que possui cerca de 103 mil hectares e pertence a outros dois munícipios, Novo Airão e Manacapuru.

Antes da criação da Reserva, a comunidade do Tumbira dependia da extração de madeira floresta. Com a proibição da derrubada de árvores, as 37 famílias da comunidade começaram a buscar outras alternativas de renda, com apoio do governo e do terceiro setor. Atualmente, o turismo de base comunitária é a principal atividade econômica da região. Os passeios oferecidos incluem a observação de animais, como aves, boto-cinza e jacarés, além de trilhas e oficinas de artesanato.

Membros relacionados