A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

Povo Arara da Volta Grande do Xingu


O processo atual de criação Arara envolve um trabalho de retomada dos saberes locais e revitalização do artesanato, para preservação e valorização das tradições da etnia.

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Contato Rafaella de Lima
Terra Indígena Arara da Volta Grande do Xingu , Senador José Porfírio – PA

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Sobre as criações

Crédito da foto: Yasmin Alves

O artesanato da etnia Arara da Volta Grande do Xingu é uma expressão rica e significativa da cultura indígena. Através de técnicas tradicionais, são produzidas peças únicas que refletem a identidade e as referências desse povo. O processo atual de criação envolve um trabalho de retomada dos saberes locais e revitalização do artesanato, com apoio do designer Renato Imbroisi, da pesquisadora e professora da UFPA Ida Hamoy, e outros colaboradores, que trabalham em conjunto com as comunidades Arara para promover a preservação e valorização das suas tradições. Oficinas de capacitação técnica são realizadas, proporcionando um espaço de expressão artística para as mulheres que se dedicam à produção artesanal. Esse projeto tem ampliado a produção de peças em miçangas, acrescentando propostas conceituais que mesclam o grafismo tradicional com motivos da fauna e flora local. Além disso, as artesãs Arara têm explorado outras técnicas, como a produção de tecidos estampados utilizando pintura tradicional do grafismo corporal, além da utilização do estêncil, que facilita a produção, amplia a adesão de jovens e fortalece a preservação cultural entre as gerações Arara. 

Sobre quem cria

Artesã Kueru Xikrin Kuruaya / Crédito da foto: Yasmin Alves

Crédito das fotos: Yasmin Alves

O artesanato Arara da Volta Grande do Xingu é fruto do trabalho e talento de artesãs de diferentes idades. Tanto as anciãs quanto as jovens desempenham um papel fundamental na produção artesanal, mantendo viva a tradição e transmitindo conhecimentos ancestrais.  

Além disso, essas comunidades têm estabelecido intercâmbios culturais com outros grupos Arara da região do Médio Xingu, compartilhando saberes sobre grafismos, pintura corporal, cantos na língua Arara e danças, bem como aprendendo sobre a medicina tradicional. Atualmente, os Arara da Volta Grande do Xingu têm o português como língua corrente e também realizam atividades para aprender a língua indígena, fortalecendo os laços culturais com os correlatos da região do Médio Xingu. Essas atividades são realizadas e mantidas no âmbito dos projetos do componente indígena do licenciamento ambiental da UHE Belo Monte, desde sua construção. 

Sobre o território

Crédito da foto: Yasmin Alves

A Volta Grande do Xingu, onde habitam os Arara, é uma região de aproximadamente 130 km de extensão caracterizada como um desvio no curso do rio antes de atingir a planície amazônica. Essa região amazônica apresenta um clima tropical, quente e úmido, com temperaturas médias entre 25ºC e 27ºC. Com a presença marcante de ilhas, cachoeiras, corredeiras e pedrais, formados por eventos geológicos, o território proporciona uma ampla diversidade de ambientes aquáticos e uma riqueza faunística única. As transformações ao longo do ano, devido às variações no volume de água e áreas inundadas, contribuem para a conexão dos Arara com a natureza.  

A história dos Arara da Volta Grande do Xingu remonta às suas andanças pela região, quando migraram para as margens do rio Bacajá, um afluente do rio Xingu, onde encontraram outros indígenas e passaram a trabalhar nos seringais. Essa história é marcada pelo contato com a sociedade envolvente, desde os períodos de exploração da borracha na Amazônia até os projetos de desenvolvimento contemporâneos, como a Rodovia Transamazônica e Usinas Hidrelétricas. Atualmente eles vivem justamente numa área afetada pela usina de Belo Monte, e os projetos com artesanato fazem parte da compensação dos impactos pela obra. A luta pelo direito à terra e pelo reconhecimento da identidade indígena também faz parte da história recente do povo Arara da Volta Grande do Xingu. 

Terra Indígena Arara da Volta Grande do Xingu é formada pelas seguintes aldeias: 

Aldeia Terrawangã / Associação de Resistência Indígena Arara do Maia – ARIAM 

Aldeia Guary-Duan / Associação Indígena Arara Unidos da Volta Grande do Xingu – ASSINAUXIN 

Aldeia Itkoum / Associação Indígena Pinhãpin da aldeia Itkoum, do povo Arara da Volta Grande do Xingu – PINHÃPIN 

Aldeia Mariká / Associação Indígena Karijia –  AIKJ 

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