A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

Associação de Renda Irlandesa Artes e Talentos de Maruim


Com a renda Irlandesa, originária de Divina Pastora (SE), as artesãs de Maruim tecem peças inteiras em renda e também com aplicação em tecido. Produzem desde roupas de cama e mesa, até decoração, acessório e vestuário.

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Telefone (79) 99950-0362
Contato Maria Natalia
CEP 49770-000, Maruim – SE

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Sobre as criações

“Vamos começar pegando um lápis e formar a base daquilo que vamos trabalhar” nos diz Natalia, a mestra rendeira que aprimorou seu conhecimento ao longo de décadas de trabalho e ensinou o ofício a tantas outras mulheres, repassando esse saber tão precioso. O risco é o primeiro passo, os contornos do lápis são cobertos com uma caneta esferográfica para ficaram mais visíveis e o lacê ocupa o lugar do traço; o cordão achatado e brilhante, que é costurado ao papel na etapa conhecida como alinhavo, é a estrutura fundamental da renda irlandesa. É a partir dessa estrutura que inicia-se o tecer, etapa realizada com uma agulha de mão e linha fina de algodão, que no agrupamento de nós, os pontos, preenche os espaços vazios criando o tecido. Essa etapa dos pontos é a mais longa, podendo levar meses de trabalho contínuo. Após concluída, corta-se o alinhavo despegando a renda do papel.

Algumas peças são feitas apenas com a renda e outras são feitas com aplicação de renda em tecido, como o linho. As peças criadas que vão desde roupas de cama e mesa, até decoração, acessório e vestuário.

Associação de Renda Irlandesa Artes e Talentos de Maruim / Crédito das fotos: Divulgação

Sobre quem cria

Natalia aprendeu a rendar em Divina Pastora, berço da renda irlandesa no país. De lá, como diz, carregou o básico e muito aperfeiçoou com os anos. Em 1979 chegou em Maruim onde ensinou renda a muita gente. Em 2008 foi convidada a dar um curso no Centro de Referência de Assistência Social, o CRAS do município, e desde então é contratada pela prefeitura para repassar seus conhecimentos.

Aos poucos o grupo se formou e com auxílio de Thiago, psicólogo do CRAS na época, formalizaram-se como associação. Continuam a se reunir no mesmo espaço, porém muito da produção é realizada na casa de cada rendeira. Ainda assim, a renda é uma atividade coletiva, pois o encontro entre as mulheres lhes permite trocar informações, criações, técnicas e pontos. 

Associação de Renda Irlandesa Artes e Talentos de Maruim / Crédito das fotos: Divulgação

Sobre o território

A 30 km a norte da capital Aracaju, Maruim é uma pequena cidade da região do Baixo Cotinguiba. Foi elevada à categoria de município em 1854, porém sua extensa história inicia-se muito antes. Dizem ser dos primeiros povoados do estado e suas vastas plantações de algodão e cana de açúcar foram fundamentais na relevância econômica e política exercidas especialmente no século XIX e início do XX. 

Em 1841 foi fundada pelo Barão de Maruim a Igreja Matriz de Nosso Senhor dos Passos que homenageia o padroeiro da cidade e é reconhecida como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional pelo Iphan desde 2014. A festa do Nosso Senhor dos Passos é a mais antiga de Sergipe e reúne todos os anos os filhos e filhas da cidade no mês de janeiro.

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