A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro – AMARN


As mulheres indígenas trabalham com técnicas diversas, como cerâmica, tecelagem e trançado de fibras naturais de tucum e arumã, palmeiras nativas da região norte do país.

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A Artesol não intermedeia relações estabelecidas por meio desta plataforma, sendo de exclusiva responsabilidade dos envolvidos o atendimento da legislação aplicável à defesa do consumidor.

Sobre as criações

Foto de divulgação Artesol

Fotos de divulgação Artesol

“O que nós fazemos está presente em muitos países. Não é apenas uma peça que alguém compra e leva. É um pouco da nossa história, do nosso jeito de ser no mundo que vai ocupar outros lugares, gerar perguntas, curiosidades. Temos que valorizar muito essa atividade.”

DEOLINDA FREITAS PRADO (NOME INDÍGENA: DHIAKRAPÚ), LIDERANÇA INDÍGENA E FUNDADORA DA ASSOCIAÇÃO

As mulheres indígenas trabalham com técnicas diversas, como cerâmica, tecelagem e trançado de fibras naturais de tucum e arumã, palmeiras nativas da região norte do país. Além das palmeiras, utilizam a argila, penas, sementes de pucá, açaí, olho-de-boi, tucumã, entre outras. Com esse rico e diverso material que colhem nas matas amazônicas e que manejam de forma respeitosa e sustentável, produzem porta-joias, cestos, potes, bolsas, brincos, colares, pulseiras, entre outros objetos.

Sobre quem cria

Foto de divulgação Artesol

A Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro, AMARN, também chamada de Numiã Kurá que na língua Tukano significa “Grupo de Mulheres”, começou a ser gerida em 1984 e em 1987, finalmente se formalizou. O grupo foi organizado com o intuito de  promover oportunidades de geração de renda, qualidade de vida e formação sociopolítica para as mulheres indígenas que viviam em situação de isolamento. Muitas haviam sido levadas até Manaus para trabalharem como empregadas domésticas, sem direito a folgas e, por vezes, sem receber salário.

A Associação instaura um trabalho valioso de articulação e mediação entre as mulheres indígenas com os homens indígenas, com os patrões e os outros moradores de Manaus. As atividades culturais e a criação de um espaço, onde as mulheres podem ser elas mesmas, fortalecem suas raízes culturais do Alto Rio Negro e lhes proporcionam mais força para enfrentar os inúmeros desafios de ser mulher indígena.

A AMARN é uma das mais antigas organizações indígenas do Amazonas e do Brasil e esteve presente na criação da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), que mais tarde se tornou o maior e mais forte articuladora das lutas indígenas em território nacional e a nível internacional.

Sobre o território

Crédito da foto: Jenniffer Simpson dos Santos

As décadas de 1980 e 1990 foram marcadas pelo início de uma mobilização indígena que se firmaria enquanto lugar de resistência e luta pelos direitos de seus povos. É na Amazônia brasileira que nasce a maior parte das organizações de mulheres indígenas, entre elas a AMARN. Esses grupos se caracterizam por integrar diferentes povos de uma mesma região, por vezes com caráter multi-étnico.

As mulheres indígenas têm marcado presença cada vez mais, estando atuantes em encontros e conferências nacionais e internacionais promovidos por organizações indígenas, instâncias estatais e não-governamentais. Esses eventos são importantes espaços de debate e deliberação para os povos indígenas sobre as questões que enfrentam com relação ao território, saúde, educação e meios de sobrevivência, além de ser onde podem pensar as relações com os diversos segmentos da sociedade civil.

A presença das mulheres indígenas nesses eventos coloca na pauta as suas reivindicações que trazem sempre uma perspectiva de gênero, como a violência contra a mulher. Sua presença, assim, marca seu envolvimento e força nas lutas junto ao movimento nacional e, ao mesmo tempo, aponta para questões que são parte de um debate mais amplo e que as conecta aos movimentos pelos direitos da mulher. O pertencimento étnico das mulheres traz para a questão de gênero um desafio tanto para elas, como para o movimento indígena e organismos estatais e não-governamentais.

Entre as mulheres indígenas, é expressiva a presença de professoras e de profissionais da área da saúde. Sua contribuição é central para a formação política de outras mulheres que se fortalecem e compreendem melhor as estratégias de ação junto à esfera pública, na troca de experiências. Os movimentos de mulheres indígenas, dessa forma, fortalecem tanto o movimento indígena de forma geral, como alimenta uma mobilização mais ampla pela Vida, sustentabilidade e contra a violência familiar.

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