A Rede Artesol - Artesanato do Brasil é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

APAZ – Associação das Produtoras de Artes de Zabelê


Associação das Produtoras de Artes de Zabelê

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Sobre as criações

A renda renascença é uma construção têxtil, caracterizada como renda de agulha, pois tem a agulha de mão como única ferramenta para seu feitio. Esse tipo de renda era muito popular na Europa entre os séculos XIV e XVII, especialmente em países como França e Itália. Após o arrefecimento da produção em seus principais polos, decorrente de transformações socioeconômicas, a inserção de um novo material no século XIX foi determinante para a renda ganhar outros territórios e popularizar-se novamente: o lacê.

Foi nessa configuração que chegou ao Brasil, no fim do século XIX, possivelmente por intermédio de religiosas francesas da congregação Filhas da Caridade residentes no Convento Santa Teresa em Olinda – PE. De um ofício mantido em segredo entre os muros dos conventos, espraiou-se pelas terras secas do semiárido Pernambucano. Primeiro chegando em Poção e logo alcançando suas vizinhas Pesqueira e Jataúba.

Os materiais básicos usados na renda são o papel manteiga, o papel kraft, o lacê e a linha. A almofada, ou cabeceira como é também chamada, pode ter vários tamanhos e serve de suporte para a fabricação das peças, que pode durar meses.

Aprende-se o ofício desde muito cedo. Desde a barriga da mãe, como dizem muitas rendeiras. Porque o conhecimento técnico é construído no corpo, são os gestos que se aprendem. Assim, de tanto se observar e vivenciar a técnica, as mãos aprendem a traduzir o manejo da agulha, os trejeitos com a almofada.

Crédito das fotos: Helena Kussik

Sobre quem cria

Em 1997 o grupo de mães de Zabelê tornou-se um grupo produtivo de renda renascença, ofício tradicional dominado pelas mulheres da região há pelo menos três gerações. Desde o início contam com apoio do Sebrae e do Programa de Artesanato da Paraíba, o PAP. O grupo que começou com 90 mulheres é composto hoje por cerca de 30 mulheres comprometidas com a produção e manutenção da técnica reconhecida como o artesanato mais representativo do Cariri Paraibano. 

Não à toa que Zabelê, junto dos outros núcleos, Camalaú, Zabelê, São João do Tigre, Umbuzeiro e Monteiro, integra a região detentora do Selo de Indicação Geográfica da Renda Renascença. 

Nesses mais de vinte anos de história, as rendeiras já tiveram suas obras presentes em exposições nas capitais João Pessoa, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Belo Horizonte, além de desfilarem em passarelas das principais semanas de moda do país. 

Sobre o território

Em meados do século XIX, a terra do cariri paraibano coberta de juazeiros cujos frutos atraíam os pássaros zabelê, passou também a atrair fiéis para serem batizados no local. Tal tradição iniciada com o Pe.José Gomes Pequeno, da freguesia Nossa Sra. dos Milagres de São João do Cariri, logo foi adotada por outros vigários da comarca. Assim aos poucos o povoado foi se formando e recebeu o nome do pássaro hoje em extinção: Zabelê.

Com população de pouco mais de dois mil habitantes, o município do estado da Paraíba tem a economia baseada na agricultura de subsistência e agropecuária e encontrou na renda renascença uma fonte alternativa de renda. O trabalho das artesãs da região é (Incompleto)

Crédito das fotos: Helena Kussik

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