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Sobre as criações
Arnaldo Yarumare faz entalhe em madeira, e trabalha principalmente com bandejas, garfos, colheres, tigelas e cuias. Seu artesanato é totalmente manual e ele faz todo o processo de produção, desde a extração da matéria-prima até a última passada de lixa. Para conseguir a madeira – normalmente pau-brasil – um grupo de artesãos da comunidade se junta e vai buscá-la na mata, dividindo o que encontram, sempre levando apenas as madeiras que estão no chão. Depois, Arnaldo corta e limpa a madeira, e começa seu trabalho de entalhe usando dois tipos de formão, uma goiva e por vezes furadeira ou motosserra. Para o acabamento, usa alguns tipos de lixa até chegar ao polimento. Na comunidade, cada artesão tem as suas especialidades, e, para Arnaldo, a cuia é uma das mais difíceis de se aprender. “É muito difícil, um formato trabalhoso, tem que ter muita paciência, muita calma. E a arte no final é aquilo que você constrói”. Arnaldo também valoriza a fonte de renda que o artesanato traz para a comunidade, além de ilustrar muito o modo de vida e a cultura de seu povo.
Sobre quem cria
Da etnia baré, além de artesão, Arnaldo é professor indígena na escola da região. Ele trabalha com artesanato há mais de 20 anos e a primeira coisa que fez foi um remo, que sua irmã conseguiu vender. “Quando eu vi que era possível trabalhar com artesanato, mudou o meu modo de olhar para a natureza”. Ele está se formando em Turismo e o sonho é trazer benefício para a comunidade. Quer montar uma pequena loja na aldeia para vender o seu produto e de outros artesãos, além de desejar trabalhar com pousadas e restaurantes ao lado de seu trabalho com o artesanato.
Sobre o território
Arnaldo faz parte da Comunidade Terra Preta, aldeia indígena em que 80% das pessoas trabalham com artesanato. Essas famílias, hoje em torno de 170 pessoas, vieram de outro território, São Gabriel da Cachoeira, no Alto do Rio Negro, entre os anos 90 e 2000. Por ser próximo a Manaus, neste novo território é muito mais fácil para eles conseguirem acesso à educação, saúde e infraestrutura básica. Além disso, até a pandemia a aldeia era frequentemente ponto turístico, o que ajudava muito a venda dos artesanatos. Infelizmente, depois de 2020, cada vez menos turistas têm visitado a comunidade, o que dificulta muito a circulação de seus produtos. Arnaldo tem se juntado com outros artesãos para formar uma Cooperativa, a partir do Grupo Mirapiranga, nome que eles deram ao coletivo.