A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

Artesanato Cana Brava


Unindo as técnicas ancestrais de trançado e um design moderno, as mulheres de Pontas de Pedras – PE usam a Cana Brava para construir cestos, bolsas, pãezeiras e luminárias primorosos.

Mostrar contatos

AbrirFechar

Os contatos devem ser feitos preferencialmente via Whatsapp.

Telefone (81) 99155-3376
Contato Maria Adélia Tavares Luna
Av. Beira Mar Ponta das Pedras, 256, CEP 55900-000, Goiana – PE

A Artesol não intermedeia relações estabelecidas por meio desta plataforma, sendo de exclusiva responsabilidade dos envolvidos o atendimento da legislação aplicável à defesa do consumidor.

Sobre as criações

Cana Brava, nome popular da espécie nativa das Américas Gynerium sagittatum, é a principal matéria prima do grupo de Pontas de Pedras – PE. Material maleável e muito resistente à água, a cana brava, ou cana do rio, já era empregada pelos primeiros habitantes da região, os indígenas caetés e tabajaras, na feitura de armadilhas de pesca – os covos. 

Herdeiras desse conhecimento, as artesãs do grupo Cana Brava aprenderam com os irmãos Lourenço, da Cestaria Luna. O longo e complexo processo passa pela colheita, beneficiamento e trançado das hastes feitas em finas lascas com auxílio de uma faca. 

Ao lado do Laboratório O Imaginário (UFPE), a resistente e elegante cestaria de Goiana foi atualizada com novas formas e usos, utilizando cordas e tecidos de algodão na finalização e valorização das peças. Os tecidos com estampas exclusivas desenvolvidas e produzidas pelas artesãs, com a técnica de serigrafia e estêncil, são utilizados como detalhe na valorização das peças e em objetos como almofadas, jogos americanos e bolsas. Utilizam ainda o papel LMais, tecnologia desenvolvida junto da pesquisadora Suzana Azevedo, na produção de acessórios e peças decorativas. 

Foto de divulgação Artesol

Sobre quem cria

Em 2002 um grupo de 26 pessoas começou a reunir-se incentivados pelo Sebrae para aprender a técnica passada por Seu Juarez aos Irmãos Lourenço. Demorou pouco para que a configuração do grupo se definisse como um grupo de mulheres determinadas, esposas e filhas de pescadores, que fortaleceram-se através da produção artesanal. 

Integrantes do projeto proposto pelo Laboratório O Imaginário, criaram o núcleo batizado com o nome da principal matéria prima utilizada: a Cana Brava. O Laboratório O Imaginário, do centro de Design da Universidade Federal de Pernambuco, atua focado na geração de renda aliado à inovação de técnicas ancestrais. Com incentivo do governo do estado através do Funcultura, acompanha o grupo desde a fundação até os dias de hoje, auxiliando na inovação técnica e estética dos produtos, gestão, precificação e comunicação.

As 10 integrantes trabalham unidas todos os dias na sede em frente ao mar, no Centro Cultural José Romualdo Maranhão. A inovação dos produtos, acabamento impecável e qualidade das peças, fizeram com que o grupo fosse premiado, três anos consecutivos, com o Top 100 do Sebrae. Participam das principais feiras nacionais, como a Fenearte, e vendem em lojas especializadas em todo país. 

Foto de divulgação Artesol

Sobre o território

O cenário paradisíaco de Ponta de Pedras, onde o verde das matas encontra a fina areia branca que refresca-se no mar de águas esmeralda é local onde vive-se principalmente de pesca e artesanato. 

A técnica ancestral utilizada na fabricação dos covos foi refinada e reproposta por seu Juarez, que dedicou grande parte da sua vida aos trançados. De tantos que aprenderam o ofício, as mulheres da Cestaria Cana Brava dominaram os saberes e fizeram a cidade ser também reconhecida pelo artesanato. 

Porém, enfrentam a escassez da matéria prima, antes abundante na região, que está cada dia mais rara por conta do desmatamento e construções irregulares. Para conseguirem a cana brava, os artesãos precisam se deslocar a locais cada vez mais distantes. Por conta disso, unidos pela gestão sustentável da matéria prima que assegura a produção, pleiteiam junto aos órgãos públicos um terreno onde possam cultivar a grama comprida e manter viva a tradição.  

Foto de divulgação Artesol

Membros relacionados