Centro Cultural Kàjre
Os Krahô dominam técnicas ancestrais de tecelagem e trançados com as quais eles produzem cestos, bolsas, taptis, esteiras, pulseiras, colares, gargantilhas, brincos, instrumentos musicais e ornamentos ritualísticos, usando os recursos do buriti, do tucum, da cabaça, da casca do cajá, do pau-brasil, da semente de tiririca e várias outras.
Mostrar contatos
AbrirFechar
Os contatos devem ser feitos preferencialmente via Whatsapp.
A Artesol não intermedeia relações estabelecidas por meio desta plataforma, sendo de exclusiva responsabilidade dos envolvidos o atendimento da legislação aplicável à defesa do consumidor.
Sobre as criações
“Conhecedores das multinaturezas, transformadas em matérias-primas para inventar e experimentar, os ‘artesãos’ falam com os olhos e com as mãos.”
Centro Cultural Kàjre
Para além da produção de objetos, a noção de Artesania Krahô é uma forma de agir e se relacionar com o mundo. Suas produções materiais estéticas, feitas a partir de saberes tradicionais não estáticos – de caráter dinâmico e experimental – são constituintes centrais das atividades Krahô. Tal dinamismo revelou-se já a partir dos primeiros contatos, há aproximadamente 200 anos, e dessa forma a arte renova-se e resiste ao longo do tempo.
Os Krahô dominam técnicas ancestrais de tecelagem e trançados com as quais eles produzem cestos, bolsas, taptis, esteiras, pulseiras, colares, gargantilhas, brincos, instrumentos musicais e ornamentos ritualísticos, usando os recursos do buriti, do tucum, da cabaça, da casca do cajá, do pau-brasil, da semente de tiririca e várias outras.
As fibras naturais e sementes do Cerrado são utilizadas com atenção à expressão do grupo e da criatividade de cada artesã e artesão. A Tiririca, tipo de semente comum da região, é a principal matéria prima para confecção de adornos corporais e vários objetos rituais de diferentes formas e tamanhos. Coletadas pelas mulheres mais velhas no período entre julho e agosto, a tiririca passa por um longo e delicado processo até ser transformada em conta para tecer.
Alguns dos padrões empregados são conhecidos, como o jabuti (kapran hôc), cascavel (patti hôc), jiboia (hàkati hôc), etc. Porém, tantos outros são criados pelas mulheres no ato do tecer, as quais referem-se a eles como “não tem nome, vem do meu pensamento” (ita mã ite amjikãm iapaxà) refletindo a criatividade de criação de cada mulher.
Sobre quem cria
Os Krahô são um povo indígena do Cerrado brasileiro, pertencente à família Jê e ao tronco linguístico Macro Jê. A rica cultura ritual, musicalidade e cultura material abrangem inúmeros aspectos de suas vidas, tendo aí preservadas formas de viver e sentir o mundo.
Desde os primeiros contatos a produção artesanal de utensílios domésticos sempre esteve presente nas trocas e intercâmbios com sertanejos e ribeirinhos. Os mais velhos contam que seus avós faziam jangadas de talo de buriti para irem até Carolina/MA pelo rio, levando bolsas, cestos, taptis, cuias, cabaças etc para trocar por sal, café, fumo, roupa, ferramentas, espingardas e munição. Tal costume reflete-se no hábito ainda presente de levarem artesanato para vender quase todas as vezes que saem para a cidade, principalmente para as localidades mais distantes.
Nesse contexto, em 2003 a aldeia criou a Associação Centro Cultural Kàjre para buscar recursos de fomento à cultura ritual e material. Desde 2012, o assessor Vitor Aratanha, começou um trabalho com a comunidade a fim de organizar a comercialização do artesanato. Hoje são aproximadamente 120 artesãs e 20 artesão ativos trabalhando os mais diversos materiais.
Há também o grupo Mentuwajê Guardiões da Cultura, criado em 2011 para registro audiovisual e escrito das histórias, cantos e rituais Krahô.
Sobre o território
Território do povo Krahô, no nordeste do Tocantins. Fonte: Divulgação Artesol.
Põ é como os Krahô chamam o Cerrado, também reconhecido como pjê cunẽa que significa “nossa terra”.
Demarcada em 1944 após um ataque, a terra indígena Krahô, localizada no noroeste do Tocantins, próximo aos municípios de Itacajá e Goiatins, tem 3.2000 km² e é considerada uma das maiores áreas contínuas de Cerrado preservado no país.
A Aldeia Perda Branca é a maior e mais antiga das aldeias do território e tem uma população de aproximadamente 550 pessoas. A principal atividade econômica dos habitantes é a produção e comercialização de seus trabalhos artesanais; é através da renda gerada que busca-se a autonomia e sustentabilidade alimentar, ambiental e cultural, o “viver bem” do povo Krahô.