COOPERAFIS – Cooperativa Regional de Artesãs Fibra do Sertão
Feitos e tingidos à mão, os produtos nascem de matérias-primas como o sisal, o caroá, a palha de ariri, e ganham cores com os corantes naturais extraídos do Angico, da Jurema, São João, Pau-de-colher, Baraúna e Erva de Passarinho.
Mostrar contatos
AbrirFechar
Os contatos devem ser feitos preferencialmente via Whatsapp.
A Artesol não intermedeia relações estabelecidas por meio desta plataforma, sendo de exclusiva responsabilidade dos envolvidos o atendimento da legislação aplicável à defesa do consumidor.
Sobre as criações
Feitos e tingidos à mão, os produtos nascem de matérias-primas como o sisal, o caroá, a palha de ariri, e ganham cores com os corantes naturais extraídos do Angico, da Jurema, São João, Pau-de-colher, Baraúna e Erva de Passarinho. Com os métodos tradicionais de uso das plantas da caatinga, as artesãs produzem, com a técnica do trançado, bolsas, chapéus, cestos, caixinhas, tapetes, descansos de mesa, entre outros. Os núcleos são especializados em técnicas diferentes de artesanato, como a costura de feixes contínuos, tecelagem em tear de pregos, malharia em sisal e caroá.
Sobre quem cria
A COOPERAFIS nasceu em 2002 com a necessidade de encontrar soluções para as questões que surgiam para as mais de 50 artesãs, distribuídas em 5 núcleos de produção que já se encontravam organizados. A integração dos núcleos foi um período de muita troca de experiências, técnicas artesanais e de gestão para as mais de cem associadas que se fortaleceram estando em grupo.
A cooperativa se baseia nos princípios da gestão democrática e participativa e seu maior interesse é, a partir de capacitações, formações e da própria dinâmica de organização do grupo, fortalecer as artesãs em sua auto-estima e seus processos de decisão. A COOPERAFIS é, hoje, referência na inserção produtiva das mulheres no contexto de desenvolvimento sustentável no semi-árido brasileiro. Trata-se, no Brasil, de uma importante experiência de aprendizado do cooperativismo, que trabalha com o incentivo e a qualificação das habilidades das artesãs e também se preocupa com a valorização de suas comunidades.
Sobre o território
As mulheres artesãs são sertanejas do semi-árido baiano, dos municípios de Valente, Araci e São Domingos que integram o Território Sisaleiro. O sisal é uma planta originária do México que foi introduzida no Brasil no início do século XX, nessa região da Bahia que engloba cerca de 20 municípios. Bem adaptada ao clima da região, logo a planta alcançou grande importância socioeconômica, sendo hoje uma atividade central para grande parte da população. Entretanto, o sistema produtivo do sisal é marcado por grande exploração dos trabalhadores rurais, o que tem implicado um quadro grave de pobreza na região que possui o IDH mais baixo do Estado da Bahia.
As folhas do Sisal possuem uma fibra dura, grossa, de cor creme ou amarelo pálido. Os trabalhadores realizam a colheita do sisal manualmente, com o auxílio de facas. Depois de colhidas, as folhas são transportadas, geralmente por animais, até o desfibramento, feito com o motor desfibrador, ou “motor paraibano”, como também é conhecido. As fibras são, então, são estendidas nos varais para secagem sob a luz do sol, por cerca de 72 horas.
O trabalho artesanal com o sisal é marcadamente feminino e foi, por muito tempo, uma atividade desvalorizada e exercida no âmbito doméstico. A criação da cooperativa estimulou outro olhar para o artesanato local com fibras vegetais e proporcionou grande melhoria da qualidade de vida das mulheres que passaram a ter mais autonomia.