A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

Associação de Mulheres Artesãs de Guapiara Arte e Vida


As artesãs da Associação contam histórias através de suas produções artesanais. Os bordados representam a rica fauna e flora locais, já os trançados ganham o colorido natural da palha de milho crioulo, feitos com as técnicas passadas de geração em geração, dando origem à peças contemporâneas, decorativas e utilitárias.

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Sobre as criações

Foto de divulgação Artesol

As artesãs da Associação de Mulheres Artesãs de Guapiara Arte e Vida contam histórias através de suas produções artesanais. Os bordados da vovó, como chamam a técnica de bordado livre sobre as mais diversas superfícies têxteis, representam a rica fauna e flora locais, tendo os pássaros da mata atlântica como personagens principais. Os trançados com palha de milho crioulo, de bananeira e taboa atualizam técnicas passadas de geração em geração aplicadas a peças contemporâneas, decorativas e utilitárias. 

O artesanato produzido com a palha do milho crioulo é uma tecnologia social reconhecida e valiosa para a preservação do meio ambiente e da cultura local. As mulheres da Associação de Mulheres Artesãs de Guapiara, que são também agricultoras, salvaguardam e cultivam sementes de milho crioulo, mais resistentes e menos dependentes de substâncias químicas nas lavouras. Em 2019 técnicos da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária) atestaram que as espécies trabalhadas são livres de contaminação de transgênicos. Na relação com a terra e com a arte, conectam-se aos saberes ancestrais valorizando a história das gerações passadas. 

O processo artesanal inicia-se já na escolha das sementes, que são plantadas preferencialmente na lua minguante na última semana de julho e entre os meses de setembro a dezembro. A partir do plantio, é necessário aguardar seis meses para a colheita do milho seco e retirada das palhas, que são separadas por tamanho e tonalidades. 

As cestas, jogos americanos, suportes para panelas, bolsas, flores e bonecas são confeccionadas com mesclas de beges, marrons e lilases, tons naturais da fibra que conferem aspecto único e especial às peças.

Sobre quem cria

Foto de divulgação Artesol

As mulheres agricultoras de Guapiara encontraram na produção e comercialização do artesanato uma forma de valorização da cultura local e geração de renda. A partir de 2005 o grupo reuniu-se a fim de fortalecer a atividade artesanal e em 2012 formalizaram-se como associação. São 15 associadas, além das vizinhas e familiares que envolvem-se nas produções. 

Ao longo dos anos as associadas já receberam capacitações realizadas pelo Instituto Socio-Ambiental (ISA) e pela Secretaria do Meio Ambiente junto a comunidades do Vale do Ribeira na criação das rotas do milho crioulo. Em 2017 foram finalistas no Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social, que reconhece tecnologias inovadoras de impacto social. 

A Associação é subdividida em quatro grupos, que organizam e reconhecem as expressões de todas, cada uma com sua especialidade. São eles: Fibras e Laços, com trançados em fibras naturais, Cores e Sabores, apresentando a cozinha regional, Sonho Meu, com bordados, Arteiras e My Bag com costura aplicada a bolsas e acessórios.

Sobre o território

Foto de divulgação Artesol

Na região do Alto Paranapanema, no coração da Mata Atlântica, encontra-se Guapiara. Cercada por grutas e cachoeiras a localidade é conhecida por suas belezas naturais, em uma das áreas mais conservadas do bioma em todo território nacional – com o Parque Estadual Intervales e o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira. 

A organização local formou-se em meados do século XVII durante as investidas da coroa portuguesa na exploração do ouro no sul do estado, porém o ano de fundação do município é 1847. 

Conhecida como Capital do Artesanato, por suas mais diversas tipologias, a principal fonte de renda de Guapiara é a agricultura familiar, em especial o cultivo de frutas de clima temperado, como pêssegos e caquis. 

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