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Sobre as criações
Luiz Antônio e David têm o hábito de caminhar pelas dunas, mangue e pela margem do rio Jaguaribe em busca de “natureza morta”, os materiais descartados pelas plantas e que muitas vezes são trazidos pelas águas. Preferem usar materiais que já estão mortos para não prejudicar o meio ambiente.
Com madeiras, raízes, cocos e fibras criam esculturas de aves fantásticas e outros animais. Luiz Antônio conta que, ao observar o material, já sabe qual ave será. Um dia, ouviu de um amigo que não adiantava querer colocar “vida” em suas peças, porque eram obras de arte e não aves reais. Desde que ouviu isso, Luiz Antônio se sentiu livre para criar. Preocupa-se em produzir obras bonitas que encantem pela forma, sem compromisso com a realidade.
Com as folhas da carnaúba, palmeira abundante na região, criam toda a sorte de animais coloridos, como tartarugas, peixes e lagartos.
Sobre quem cria
Em 1985, enquanto trabalhava como jardineiro em sítio, Luiz Antônio molhava as plantas e observava as formas dos cocos e de uma planta conhecida na região como velame, que lembrava os pés de um pato. Inspirado, criou sua primeira escultura de pássaro para enfeitar o jardim. Ao vê-la, seu patrão pediu para que produzisse uma escultura para o Museu Jaguaribano de Aracati, onde era diretor. A peça foi vendida rapidamente.
Luiz Antônio não parou mais. Em 1988, foi convidado a participar do 38º Salão de Abril em Fortaleza e foi premiado pela obra “Pássaros”. Desde então participou de vários eventos conceituados de arte e design apresentando suas peças. Seus filhos foram criados com a renda obtida pela venda do artesanato e atualmente trabalha com o irmão e o filho.
David dos Santos começou a trabalhar com o pai em 2002. Por volta de 2016, passou a incorporar a pintura. Apesar de saber entalhar como o pai, dedica-se principalmente à tarefa de dar o colorido tão característico das peças. Trabalha como vigilante e nos dias de folga dedica-se à produção artesanal.
Sobre o território
O Sítio do Cumbe é uma comunidade localizada à 12 quilômetros do centro de Aracati, município do litoral cearense. No passado era uma importante área canavieira e tinha a fama de produzir a melhor cachaça da região. O nome Cumbe significa “água ardente”, revelando a forte presença do cultivo da cana na história do local.
Sua paisagem natural é cercada pelo rio Jaguaribe e suas ilhas, por mangues, dunas móveis e fixas, gamboas, praias e carnaubais. Atualmente é constituída por aproximadamente 168 famílias que vivem da pesca, cata de mariscos e carangueijos, da agricultura e do artesanato. Na produção artesanal se destacam os entalhes em madeira, o trançado com fibras de bananeira e o bordado labirinto.