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Sobre as criações
“Infelizmente o valor cultural na nossa região ainda é muito pouco percebido. Até pouco tempo atrás se tinha muita vergonha das nossas origens indígenas, do estado ser tão indígena. Neste cenário o trabalho com a cerâmica não era valorizado, mas eu quis mostrar como esse trabalho tem valor”.
Délio produz peças variadas, como arqueológicas, esculturas, objetos de decoração e lembranças, como o muiraquitã, artefato considerado amuleto de sorte. A argila é extraída de Bragança, onde mora atualmente. Para a pintura das peças utiliza pigmentos naturais e industrializados.
Seu trabalho se inspira da cerâmica Marajoara, trabalho aprofundado após o período que passou no Soure, na Ilha do Marajó/PA. Inclui elementos da cultura marajoara em peças inspiradas na natureza, na religiosidade e decorativas, produzindo peças em cerâmica contemporâneas.
Sobre quem cria
Délio Saraiva nasceu em Belém, capital do estado do Pará, em 1966, onde morou até os 7 anos de idade, quando o pai se mudou para o distrito Icoaraci, para trabalhar com a cerâmica, dando continuidade à atividade que se encontra presente na família há quatro gerações.
Foi então em Icoaraci, considerado um grande centro de produção ceramista desde o século XIX, que Délio aprendeu com o pai a arte de moldar o barro. Em sua caminhada junto à cerâmica, Délio buscou a pesquisa como forma de aprofundar o seu conhecimento sobre o universo da cerâmica tradicional, incluindo a marajoara, mas escolheu a liberdade criativa, em lugar de produzir somente cópias.
Em seu trabalho explora a plasticidade do material valendo-se de várias técnicas para moldar a argila e materializar as peças que produz. Como desenhista escultor e pintor utiliza esta habilidade para aprofundar sua relação com a cerâmica. Entre outras instituições, atuou como consultor e instrutor do Sebrae-PA durante 20 anos em projetos e cursos ligados a cerâmica.
Ao se mudar para Bragança, aprofundou a relação com a cultura local, incorporando elementos da natureza e das expressões artísticas locais aos seus trabalhos, modelando personagens da cultura popular regional, santas e santos e a exuberante fauna local. Continua com uma produção totalmente manual, da qual participam ele se sua esposa.
Sobre o território
O local que atualmente é a cidade de Bragança era antes ocupado pelos indígenas Tupinambás, que povoaram extensamente a região dos vales dos rios amazônicos, após terem migrado dos litorais da Bahia e de Pernambuco. Essa população predominou no território que hoje é de Bragança até o século XVII, quando ocorreram os primeiros contatos com europeus.
Há mais de uma versão que diz respeito a esse dito primeiro contato. Em uma delas, o contato teria sido com os franceses em expedição vinda de São Luís (MA) liderada por Daniel de La Touche, no ano de 1613. A expedição teria chegado ao local pela bacia do rio Caeté. O nome Caeté, inclusive, tem origem tupi, caa+e+été que significaria “mato bom, verdadeiro, que tem água”.
A outra versão acerca do primeiro contato versa que a região faria parte de uma capitania doada do rei de Portugal à família Souza, do então governador geral do Brasil, no ano de 1622.
A organização administrativa da cidade se consolidou ao longo dos séculos. Em 1753 foi elevada à categoria de vila, se tornando assim a Vila de Bragança. Em 1854 a vila é elevada à categoria de cidade pelo presidente da província do Grão Pará. A denominação Bragança foi homenagem à família Real Orleans e Bragança.
A história da cidade está presente em sua arquitetura, na qual podemos observar a presença de edifícios e casarões de forme influência lusitana, com amplas janelas e azulejos azulados. Os prédios da Igreja de São Benedito, construída com mão de obra forçada indígena, é exemplo dessa arquitetura. Vários desses edifícios foram tombados e são considerados patrimônio histórico da cidade.
Bragança é destino turístico no período das férias, em julho, por conta de suas praias com largas faixas de areia, seus balneários e igarapés. O turismo é um dos principais ativos econômicos da cidade, junto ao artesanato.