A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

Délio Saraiva


Délio é ceramista, ofício herdado de seu pai. Produz peças variadas, como arqueológicas, esculturas, objetos de decoração  e lembranças, como o muiraquitã, artefato, considerado amuleto de sorte.

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Sobre as criações

“Infelizmente o valor cultural na nossa região ainda é muito pouco percebido. Até pouco tempo atrás se tinha muita vergonha das nossas origens indígenas, do estado ser tão indígena. Neste cenário o trabalho com a cerâmica não era valorizado, mas eu quis mostrar como esse trabalho tem valor”.

Délio produz peças variadas, como arqueológicas, esculturas, objetos de decoração  e lembranças, como o muiraquitã, artefato, considerado amuleto de sorte. A argila é extraída de Bragança, onde mora atualmente. Para a pintura das peças utiliza pigmentos naturais e industrializados.

Délio Saraiva / Crédito das fotos: Ninon

Sobre quem cria

Délio Saraiva nasceu em Belém, capital do estado do Pará, em 1966, onde morou até os 7 anos de idade, quando o pai se mudou para o distrito Icoaraci, para trabalhar com a cerâmica, dando continuidade à atividade que se encontra presente na família há quatro gerações. 

Foi então em Icoaraci, considerado um grande centro de produção ceramista desde o século XIX, que Délio aprendeu com o pai a arte de moldar o barro. Em sua caminhada junto à cerâmica, Délio buscou a pesquisa como forma de aprofundar o seu conhecimento sobre o universo da cerâmica tradicional, incluindo a marajoara, mas escolheu a liberdade criativa, em lugar de produzir somente cópias. 

Em seu trabalho explora a plasticidade do material valendo-se de várias técnicas para moldar a argila e materializar as peças que produz. Como desenhista escultor e pintor utiliza esta habilidade para aprofundar sua relação com a cerâmica. Entre outras instituições, atuou como consultor e instrutor do Sebrae-PA durante 20 anos em projetos e cursos ligados a cerâmica.

Sobre o território

O local que atualmente é a cidade de Bragança era antes ocupado pelos indígenas Tupinambás, que povoaram extensamente a região dos vales dos rios amazônicos, após terem migrado dos litorais da Bahia e de Pernambuco. Essa população predominou no território que hoje é de Bragança até o século XVII, quando ocorreram os primeiros contatos com europeus.

Há mais de uma versão que diz respeito a esse dito primeiro contato. Em uma delas, o contato teria sido com os franceses em expedição vinda de São Luís (MA) liderada por Daniel de La Touche, no ano de 1613. A expedição teria chegado ao local pela bacia do rio Caeté. O nome Caeté, inclusive, tem origem tupi, caa+e+été que significaria “mato bom, verdadeiro, que tem água”. 

A outra versão acerca do primeiro contato versa que a região faria parte de uma capitania doada do rei de Portugal à família Souza, do então governador geral do Brasil, no ano de 1622.  

A organização administrativa da cidade se consolidou ao longo dos séculos. Em 1753 foi elevada à categoria de vila, se tornando assim a Vila de Bragança. Em 1854 a vila é elevada à categoria de cidade pelo presidente da província do Grão Pará. A denominação Bragança foi homenagem à família Real Orleans e Bragança.  

A história da cidade está presente em sua arquitetura, na qual podemos observar a presença de edifícios e casarões de forme influência lusitana, com amplas janelas e azulejos azulados. Os prédios da Igreja de São Benedito, construída com mão de obra forçada indígena, é exemplo dessa arquitetura. Vários desses edifícios foram tombados e são considerados patrimônio histórico da cidade.  

Bragança é destino turístico no período das férias, em julho, por conta de suas praias com largas faixas de areia, seus balneários e igarapés. O turismo é um dos principais ativos econômicos da cidade, junto ao artesanato.  

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