A Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro é uma iniciativa da Artesol, organização sem fins lucrativos brasileira, fundada em 1998 pela antropóloga Ruth Cardoso. Seu objetivo principal é promover a salvaguarda do artesanato de tradição cultural no Brasil. Por meio de diversas iniciativas, a Artesol apoia artesãos em todo o país, revitaliza técnicas tradicionais, oferece capacitação, promove o comércio justo e dissemina conhecimento sobre o setor.

Estêvão Ferrugem


Estêvão trabalha com couro e seus principais produtos são petecas, malas, bolsas, pufes e jacarés. Ele vende seus produtos por encomenda e principalmente nas feiras de artesanato em São Paulo: na feira da Praça da República e na da Praça Benedito Calixto.

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São Paulo – SP

Sobre as criações

Ferrugem, como é conhecido, trabalha com couro e seus principais produtos são petecas, malas, bolsas, pufes e jacarés. Ele gosta especialmente de produzir malas e bolsinhas com diferentes tampas. “Gosto de criar, ousar, fazer coisas que vêm na hora que você está trabalhando”. Responsável por todo o processo: desde o molde, corte, montagem, furagem, costura, pintura até o acabamento, ele valoriza especialmente o fato de que seus produtos não são descartáveis, e sim muito duráveis. 

Sua matéria-prima principal é o couro bovino tratado, que é reciclado do animal de abate. Depois de um tratamento de dois meses para deixar a pele em um estágio em que não tenha cheiro nem solte pelo, com couro liso, ele faz os furos à mão, e depois costura, com fios também de couro. Nas malas, por exemplo, ele utiliza quatro tipos diferentes: atanado, atanadinho, soleta e nobuck. “É muito importante usar o couro certo na peça certa”. Para o acabamento, ele utiliza tinta feita de neutrol, aguarrás e óleo vegetal, que também hidrata o couro, deixando-o praticamente impermeabilizado. Ele vende seus produtos por encomenda e principalmente nas feiras de artesanato em São Paulo: na feira da Praça da República e na da Praça Benedito Calixto. “Me sinto muito bem quando eu vendo uma peça minha e a pessoa transmite um sentimento ali na hora”. 

Foto de divulgação Artesol

Sobre quem cria

De origem búlgara, sua família herdou a arte do tear manual. Estêvão Guida, por outro lado, sempre se interessou por couro e, autodidata, começou a aprender a trabalhar com esse material na década de 1960, a partir de retalhos de couro de sapateiros. Em 1969, ele começou a participar da Feira da Praça da República com presilhas, colares e pulseiras e, a partir daí, teve início sua paixão pelas feiras e pela técnica, que ele foi aperfeiçoando. “Foi muito gratificante para mim Deus ter me dado esse dom.” Além de expor nas feiras de São Paulo, ele também já ajudou a fundar e participou de feiras em Mairiporã, Embu, Guarujá, São Vicente e Itararé. Estêvão gosta muito de conversar com as pessoas em feiras e ensina para quem quiser aprender. Ele se sente gratificado por ter vendido o trabalho quase que para o mundo inteiro. “O carinho que a gente dá pro público é nosso cartão de visitas”.  

Foto de divulgação Artesol

Sobre o território

Estêvão mora e tem seu ateliê em um sítio em Mairiporã, cidade que fica perto de São Paulo. Ele valoriza especialmente que lá o ar e a água são limpos e que tem a possibilidade do contato com a natureza, apesar de hoje vender nas feiras em São Paulo. Desde a década de 1970 ele e sua esposa vieram tentando expor no município e, em 1996, conseguiram montar uma feira em Mairiporã da qual estiveram à frente por 5 anos, junto à Casa do Turista e do Artesão. Hoje, seu principal ponto de venda é a Feira da Praça da República, onde ele começou a vender artesanato na década de 1960. Desde essa época até hoje aconteceram muitas mudanças na “mãe de todas as feiras”, como ele a chama, e ele tem muitas histórias para contar, algumas delas documentadas no seu canal do Youtube.  

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