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Sobre as criações
Inspirado pela natureza que o cerca e compõe seu cotidiano, Fábio trabalha com as técnicas do trançado e do entalhe, produzindo cestos, biojoias e esculturas que retratam os animais do local, como coruja, arara, cachorro do mato, preguiça, tamanduá, lagarto, cobras, raposa, macaco, tatu, gavião, entre outros. Também entalha na madeira miniaturas de canoas, além de arcos, flechas, entre outros.
As madeiras são de reaproveitamento, coletadas no próprio território onde vive. Trabalha principalmente com a aroeira, cedro rosa, jaqueira, acácia, jacarandá, murici, entre outras. Utiliza também a casca da embira, cipó imbé e a taquara, espécie de gramínea típica da América do Sul, que se parece com o bambu. Faz uso, ainda, das sementes de olho de boi, girica, açaí, coco dedé, jatobá, entre outras, que são coletadas e beneficiadas por ele mesmo. Todo o trabalho de coleta e beneficiamento é feito por Fábio e sua esposa Josy Pereira Ferreira.
Sobre quem cria
Fábio Rocha de Jesus é da etnia Tupinikim, nasceu em uma aldeia que foi extinta e há 12 anos vive na aldeia indígena Areal, em Aracruz, Espírito Santo. Aprendeu ainda criança as técnicas do trançado e do entalhe com os pais, bem como o modo de extrair sustentavelmente as fibras das palmeiras. Dessa forma, o artesanato possui um valor incalculável em sua vida, pois o vincula à sua história e à sua identidade cultural.
Com o tempo foi experimentado suas próprias criações, junto com sua esposa Josy Pereira Ferreira, até que começaram a comercializar as peças. No início vendia na praia, na rua e outros espaços públicos, e hoje o trabalho deles circula pelo Brasil, através das feiras nacionais de artesanato. Além do artesanato, Fábio e Josy trabalham com a agricultura familiar.
Sobre o território
Aracruz é um município da região centro-oeste do estado do Espírito Santo, sendo o único município capixaba que possui territórios indígenas no estado. Ao todo são dez aldeias das etnias Tupinikim e Guarani.