GENIPOART – Associação do Grupo de Artesãos de Palha
Trançando a palha de milho produzem caixas, cestos, cadeiras, luminárias, bolsas, carteiras e o que mais a criatividade mandar. Os acabamentos das bolsas e carteiras são todos feitos manualmente com couro ou tecido.
Mostrar contatos
AbrirFechar
Os contatos devem ser feitos preferencialmente via Whatsapp.
Sobre as criações
O trabalho das mulheres da Genipoart inicia-se com o plantio do milho nos roçados. Em um local muito castigado pelas longas secas, uma boa colheita depende de um bom inverno – como são chamados os períodos de chuvas que vão de fevereiro a maio. A preparação da terra inicia-se no mês de outubro, tiram o marmeleiro que é uma madeira cheirosa, resistente, que não dá cupim e é utilizada na fabricação de bancos e partes de bolsas. A colheita ocorre uma vez ao ano, entre junho e agosto, e a partir daí as palhas são selecionadas das espigas mais secas e armazenadas em sacos e o estoque deve durar até a próxima safra. As palhas mais escuras são separadas para receber o tingimento, que é feito com anilina comestível. A inovação nesse processo melhorou muito a qualidade de vida das artesãs, pois antes utilizavam anilina para artesanato e a química do pigmento gerou muitos transtornos para a saúde delas. Com a inserção do novo material passaram a trabalhar despreocupadas.
Após tingida, a palha está preparada para o trançado, que é feito em uma espécie de forma em madeira com pregos posicionados de dois em dois centímetros, como um tear próprio para cada peça. Com a palha fina constróem o encordoamento, criando a estrutura, e com a mais larga é feita a trama. Todo o trabalho deve ser feito umedecendo a palha para que fique mais maleável.
Trançando produzem caixas, cestos, cadeiras, luminárias, bolsas, carteiras e o que mais a criatividade mandar. Os acabamentos das bolsas e carteiras são todos feitos manualmente com couro ou tecido.
Sobre quem cria
A história começa com um encontro, Célia tinha 15 anos quando encontrou Mestra Tecla, dona Tecla Cosma da Conceição, a única artesã que sabia trabalhar com a palha de milho. Esse tipo de trançado não é comum na região, foi nas mãos desta filha de Pernambuco que chegou até o Cariri Cearense, espraiando-se.
Assim a artesã, filha e neta de artesãs, como gosta de contar, aprendeu a beneficiar e trançar a palha, apaixonou-se pela técnica e já trabalhou em mais de 40 outros municípios, ensinando o ofício e criando oportunidades para geração de renda.
O grupo fundado em 2002 tem hoje 18 integrantes que trabalham em suas casas e comercializam as peças produzidas em todo território nacional.
Sobre o território
A 490 quilômetros da capital Fortaleza, Juazeiro do Norte está localizado no coração do estado. A cidade mais importante do Cariri Cearense é considerada um dos três principais centros de religiosidade de matriz católica do país. Além disso, é um grande polo cultural, sendo o maior centro de artesanato e cordel do nordeste brasileiro.
Juazeiro, árvore frutífera da vegetação predominante na região, dá nome ao município que antes da chegada de Padre Cícero, em 1872, era um povoado do Crato. O local ganhou relevância política ao ter legiões de fiéis peregrinos que lá chegavam após tomarem conhecimento do suposto milagre ocorrido em 1889, quando a hóstia ministrada à beata Maria de Araújo transformou-se em sangue através das mãos do padre. Ainda hoje a aura mística do religioso manifesta-se, sendo assim a Colina do Horto, onde está à estátua do Padre Cícero, medindo 25 metros de altura, o principal ponto de peregrinação do nordeste.