João Alves
O barro depois que passa pelas mãos de João Alves se torna história. É possível perceber em suas peças a capacidade de passar para o barro a sua experiência com cada cena que molda. As suas peças parecem respirar e exalam os sentimentos captados por João ao observar a cena retratada.
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Sobre as criações
O barro depois que passa pelas mãos de João Alves se torna história. É possível perceber em cada de suas peças a capacidade de passar para o barro a experiência as cenas que molda. As suas peças parecem respirar e exalam os sentimentos captados por João ao observar a cena retratada.
Possui uma alma observadora que sorve cada momento que se passa ao seu redor com total atenção e amor. O cuidado com os filhos, as atividades da roça, como o descascar do milho, o uso do pilão, o andor que leva a imagem de Nossa Senhora nas procissões, o momento da oração, do cozinhar no fogão a lenha.
Sobre quem cria
João Alves nasceu no dia São João, 22 de junho. O catolicismo popular sempre esteve presente em sua vida. Seu tio era cantador nas festas de Folia de Reis – importante festa popular muito presente na região sudeste do Brasil – e na cidade de Taiobeiras, onde vive desde os seus 5 anos de idade, todos os anos a comunidade realizava uma novena, durante a qual, levavam uma imagem do menino Jesus de casa em casa. Cada casa tinha a tradição de montar o seu presépio para receber o “menino Jesus”.
A forte tradição do presépio foi o primeiro grande incentivo de João que com os seus 8 anos de idade deu os primeiros passos como artista, moldando no barro os personagens presentes no nascimento de Jesus. Os reis magos, os animais, os pais de Jesus, Maria e José, os anjos. Nessa época, quase não chegavam coisas de fora e o consumo como o conhecemos hoje não existia no interior do Brasil. Dessa forma, a própria comunidade criava e gerava a maior parte dos utensílios e objetos que usavam.
Com o tempo, a tradição do presépio foi enfraquecendo e João Alves decidiu experimentar outras temáticas. Como sempre gostou de escutar as histórias que os mais velhos contavam, fez delas a sua principal fonte de inspiração, assim como vai e vem dos dias em Taiobeiras. A primeira peça que fez foi a fiandeira, por conta de sua avó. “Eu olhava ela fiando, com o algodão no chão, e eu achava interessante”. Depois dessa peça criou muitas outras que contam histórias e desenvolveu uma expressividade muito própria que enche de vida as suas peças.
O seu pai trabalhava em uma olaria, na fabricação de telhas e sua mãe era ceramista. Dessa forma, o barro está em sua vida e nela ficou. Hoje, a arte de João Alves é reconhecida e se encontra em acervos importantes do país. Em 2005, conquistou o 4º lugar no prêmio da Unesco para a América Latina e Caribe.
“Eu amo a arte. Gosto de mais. Desde criança que eu buscava os mais velhos pra escutar as histórias. Eu gosto da simplicidade, de ir pra roça de ouvir os antigos”.
João ALVES
Sobre o território
O município de Taiobeiras está localizado na região Norte de Minas Gerais, na microrregião do Alto Rio Pardo. O povoado que deu origem a Taiobeiras se originou por ser lugar de passagem para as estradas que ligavam Teófilo Otoni aos municípios do sertão da Bahia, Brejo das Almas e Montes Claros. Dessa forma, o local tornou-se um entroncamento de tropeiros e viajantes que iam e vinham destas localidades.
E é na comunidade rural de Lagoa Grande que acontece, há mais de 25 anos, a Festa do Pequi, que retrata a cultura em torno do consumo do pequi na região. A festa, realizada pela EMATER-MG, inclui shows musicais, teatro, cavalgada, ecociclismo, torneios esportivos, concurso de redação e de roedor de pequi, plantio de mudas de plantas do Cerrado e muito mais.