Mestre Chico Ribeiro
Mestre Chico Ribeiro faz brinquedos populares e jogos, sendo sua matéria-prima principal a madeira.
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Sobre as criações
Mestre Chico Ribeiro faz brinquedos populares e jogos, sendo sua matéria-prima principal a madeira: ele produz desde futebol de prego, basquete de dedo, tangram, cavalinho de pau, quebra cabeças mais antigos até jogos para escolas, como formas geométricas e ábacos. No seu processo de criação, não tem uma linha específica, a produção é diversificada: favorece o prazer, a felicidade. Ele imagina o que vai fazer, sempre buscando diálogo com as novas linguagens. Depois, compra as tábuas, que são cortadas nas partes a partir do que ele precisa. Em um trabalho autônomo, em sua pequena oficina atrás de sua casa, ele serra, fura, lixa, cola, pinta, embala. Sua marca se chama JAMAR Brinquedos: J de José, A de Alice, R de Raquel, M de Mariana e R de Ribeiro: seus filhos. Ele gosta desse nome porque remete a amor, lembra a sonoridade de mar, e de já. “É para agora que precisamos exercitar a nossa humanidade”. Para ele, o brinquedo e a brincadeira são elementos que contribuem essencialmente para a humanidade das pessoas. “O que vai fazendo com que a gente se aprimore é saber que a gente é um processo inacabado, como Paulo Freire dizia. À medida que a gente vai procurando amar, a gente vai se humanizando”.
Sobre quem cria
Francisco Ribeiro Viana é sertanejo, de Pombal, cidade do alto sertão da Paraíba. Teve, na sua família, desde criança, contato cotidiano com artesanato: suas tias e avós eram paneleiras, trabalhavam com barro. Uma delas, sua tia Lourdes, fazia brinquedos de barro e ele cresceu a observando: enquanto ela fazia os bonecos, pintava-os, ia à feira para vendê-los. Mestre Chico a ajudava e fazia também seus próprios brinquedos. Na década de 80, a seca expulsa sua família do sertão e, com 13 anos, ele passa a morar em João Pessoa. O artesanato volta para sua vida aos 17, na cidade, com a ajuda de grupos da igreja e da comunidade. “Eu tenho um certo poder com as mãos, mas não é com a argila, é com a madeira”.
Então ele se forma como marceneiro, aprende a desenhar arquitetonicamente, ler planta arquitetônica, a usar maquinários, e sua paixão se volta para os brinquedos. Sua relação com o artesanato e com o brincar foram crescendo juntas: “Brinquedos parecem sempre uma grande sereia, que me encantam.” Ele pensa em sua arte e sua atuação como mestre a partir do que ele chama de Pedagogia Cirandeira: “O outro não precisa estar pronto para entrar no processo de aprender – como na ciranda, pode entrar em qualquer momento. Tá na roda, tá fazendo.” E a ciranda também entra no processo de artesanato porque ele nunca se repete, não é forma. Depois de alguns anos fazendo brinquedos, já com mais de 40 anos, decidiu estudar pedagogia: ele já sabia, pela prática, que os brinquedos ajudam o desenvolvimento das crianças, mas queria se debruçar sobre o como. “Hoje, além de fazer, saber mostrar o caminho para se fazer, consigo fazer algumas leituras sobre a importância do que eu faço.”
Sobre o território
Mestre Chico é conhecido por andar com sua kombi, levando seus brinquedos para onde consegue. Ele vive em João Pessoa, mas nasceu em Pombal e fala bastante de sua família e da importância desse saber ancestral para seu trabalho com brinquedos. Ele é Presidente do Fórum de Artesanato da Paraíba, uma união de artesãs e artesãos paraibanos que lutam por políticas públicas. De grande importância para os artesãos do território são os Salões do Artesanato Paraibano, que acontecem em João Pessoa e em Campina Grande e dos quais Mestre Chico sempre participa. Ele também destaca os congressos universitários que frequenta, em que é muito interessante a troca com outros educadores, além de sua atuação como Educador Polivalente no Município de João Pessoa, ensinando professores a trabalhar com brinquedos em sala de aula, e como oficineiro na Escola dos Sonhos, que fica em Bananeiras – PB, onde ele ministrou oficinas de fazer brinquedos por 2 anos.